O presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento das plantas medicinais
comercializadas por raizeiros na feira livre do município de Baraúna-PB, bem como investigar suas
indicações terapêuticas, partes usadas e modo de preparo. Para tanto, foram realizadas observações
livres e uma entrevista informal junto a dois raizeiros que comercializam plantas ou partes destas na
feira, com questões a respeito do uso das espécies vegetais. Os raizeiros entrevistados citaram um total
das 31 espécies de plantas que são comercializadas como medicinais, pertencentes a 19 famílias
botânicas, sendo Fabaceae (com 6 spp.) e Asteraceae (4 spp.) as famílias que mais se destacaram.
Quanto a parte vegetal usada, há a predominância do uso de folhas (25,8%), e quanto a forma de
preparo as espécies são utilizadas principalmente na forma de chás, lambedores e garrafadas. Apesar
da entrevista englobar um pequeno grupo de comerciantes, a quantidade de espécies comercializadas
foi significativa, revelando que existe ativa procura pela população pelas mesmas. Observou-se que,
quanto a origem, ocorreu uma distribuição equitativa entre plantas exóticas e nativas, o que é bastante
significativo, considerando-se que, na maioria dos levantamentos etnobotânicos há um predomínio de
espécies exóticas. Destacam-se como espécies endêmicas da Caatinga a Aroeira (Myracrodruon
urundeuva), Bom-nome (Matrenus rigida) e o Cumaru (Amburana cearensis). Ressalta-se a
importância da comercialização destas espécies para fins medicinais, devido a eficácia no tratamento
de diversas doenças, e do amplo conhecimento dos raizeiros acerca de suas indicações, conhecimento
adquirido através das gerações e que deve ser preservado.