As doenças acompanharam o desenvolvimento da humanidade. Porém, nunca antes, as doenças, a saúde e os cuidados médicos com o corpo foram alvos de um poder tão imperioso como na modernidade. A disciplina colocou o corpo dentro de uma maquinaria que o esquadrinhou, desarticulou e o recompôs, visando através de uma articulação poder-saber organizar a vida e a sociedade. Algumas epidemias parecem acompanhar a história e o desenvolvimento da população paraibana desde o oitocentos. Dentre essas, a sífilis provocou grande preocupação por parte do governo estadual paraibano sendo divulgado pela imprensa da época. Neste sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar as metáforas construídas sobre a sífilis na imprensa paraibana, a saber, nas páginas da revista Era Nova no intervalo entre 1921 e 1924, bem como problematizar os discursos e as políticas de profilaxia e “guerra” contra das doenças venéreas no Estado da Paraíba presentes nos relatórios contendo as falas do presidente do Estado a época, Solon de Lucena. Partiremos das contribuições de Susan Sontag (2007) para compreender a doença como metáfora, os conceitos de disciplina e docilização desenvolvidos por Michel Foucault (2008), dentre outros.