Este estudo teve como objetivo analisar elementos de vulnerabilidade programática em saúde a partir da percepção de moradores residentes em cidades rurais da Paraíba, segundo os níveis de atendimento. Essas cidades são caracterizadas por apresentarem baixo nível econômico, social, demográfico, com população inferior a 10.000 mil habitantes. Participaram desse estudo 992 sujeitos, distribuídos entre 31 munícipios do estado. Com relação à busca por atendimento e nível de atenção constatou-se que 41% da amostra buscou os serviços de pronto atendimento, 12% consulta por médico especialista, 12% prevenção e 8% pré-natal. Para atender a seus problemas de saúde, 32% dos participantes foram atendidos na atenção básica (ESF), 24% em serviços de média complexidade (UPA/Policlínica) e 44% na alta complexidade (hospitais). Quanto à avaliação da equipe e estrutura dos serviços de saúde os resultados apontaram para uma avaliação regular, com média de 7,44 (DP=2,48) e 6,93 (DP=2,73), respectivamente. Quanto à organização, vínculo e acolhimento, resolutividade e prevenção, observou-se que apenas o fator Prevenção apresentou diferença estatisticamente significativa (f=6,921; p=0,000) entre as macrorregiões. Dessa forma, observa-se que a precariedade na estrutura e organização dos serviços disponíveis nas cidades rurais interferem no fluxo pela busca e nível de atendimento, o que contribui para a desarticulação nas redes de atenção.