A matriz extracelular (MEC) é um componente essencial para o desenvolvimento da glândula mamária, sendo composta por uma mistura de componentes, dentre eles proteínas, proteoglicanos e polissacarídeos. Sendo assim, modificações nas propriedades bioquímicas e físicas na MEC estão relacionadas à progressão tumoral. Além disso, o remodelamento da matriz interfere nas células estromais que envolvem o tumor, agentes sinérgicos nesse processo. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi realizar uma revisão sistemática de literatura, através de um levantamento bibliográfico, sobre como os componentes das matriz extracelular podem influenciar na progressão do câncer de mama humano. A revisão da literatura foi realizada utilizando artigos científicos das bases de dados eletrônicas SCIENCE DIRECT e NCBI, durante o período de setembro a dezembro de 2017, através de uma combinação específica de palavras-chaves. Como critérios, optou-se por selecionar artigos no idioma inglês, com delineamento descritivo e/ou experimental e com ano de publicação entre 2011-2017. Os componentes estruturais da MEC – colágeno, fibronectina, proteoglicanos e glicosaminoglicanos – atuam facilitando a migração de células cancerígenas ou células estromais infiltrantes, reativando células cancerígenas em dormência, aumentando da expressão de algumas enzimas de remodelamento, além de modularem vias de sinalização responsáveis pela progressão tumoral. Por sua vez, os componentes enzimáticos da MEC – metaloproteinases, urokinase plasminogen activator, as catepsinas e as enzimas da família lisil oxidase - atuam por cooperação com a expressão de oncogenes, além de propiciarem o aumento da tensão da MEC e rigidez favorecendo a sinalização de integrinas, e a disrupção de junções aderentes favorecendo metástases.