A anemia falciforme é uma doença hereditária que figura entre as mais comuns no Brasil e no mundo. Dados de 2013 do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) apontam a incidência de um a cada 2.700 nascidos vivos no país, o que a torna um problema de saúde pública que contempla esforços governamentais para seu controle e acompanhamento. Objetivou-se apresentar um relato da vivência de uma enfermeira, residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança, no transcurso da pesquisa que investiga a rede de apoio prestado à criança portadora de anemia falciforme no estado da Paraíba. Conclui-se que apesar das políticas voltadas para essa população já estarem em vigor há alguns anos, estudos afirmam que os portadores encontram-se insatisfeitos com o atendimento que lhes é prestado. Por se tratar de uma patologia tão complexa e prevalente em nossa região, ainda estigmatizada pelo seu fator racial, cujas políticas se formaram a partir das lutas dos movimentos sociais, se faz necessário aprofundar essa temática e dar visibilidade a vivência das crianças acometidas, assim como contribuir para uma efetivação das práticas e políticas já instituídas. Apenas conhecendo a realidade em que essas crianças vivem é possível direcionar a assistência prestada garantindo melhor organização da rede de atenção.