O câncer configura-se como uma forma de adoecimento invasiva e destrutiva, que afeta não só o aspecto biológico, mas também o psicológico. A partir do diagnóstico, o indivíduo sofre bruscas alterações emocionais, as quais influenciam tanto no seu estado de enfermidade quanto na sua relação com aqueles que estão à sua volta, como: familiares, amigos e cuidadores. A psico-oncologia, área de interação entre oncologia e psicologia, surge como um campo voltado ao acompanhamento e o desenvolvimento de um trabalho junto ao paciente, família e equipe de saúde, na qual a atuação do psicólogo contribui para a redução do sofrimento psíquico. Visando mostrar uma vivência subjetiva do adoecimento e como o laço social colabora para um fortalecimento psíquico e emocional, o presente artigo traz um relato de experiência ocorrido na Associação de Apoio aos Portadores de Câncer- Esperança e Vida, situada no município de Campina Grande, Paraíba. Descrevemos nesse trabalho duas oficinas, realizadas com o público supracitado, a qual nomeamos de: contando histórias. A primeira caracterizou-se por ser mais abstrata, enquanto a segunda, de cunho prático. As intervenções aconteceram junto a um grupo de mulheres, portadoras de câncer, da faixa etária de 50 a 70 anos. Destarte, os resultados confirmam a importância do apoio social promovido pela instituição e família, bem como, a maneira como as relações interpessoais estabelecidas entre as usuárias auxiliam no processo de enfrentamento da doença e tratamento.