Estudos realizados anteriormente com a planta Calotropis procera (Apocynaceae), conhecida popularmente como “algodão de seda” demonstraram propriedades antitussígena, anti-inflamatória no modelo de edema de pata induzido por carragenina, ação protetora da mucosa gástrica em úlceras causadas por ácido acetilsalicílico e etanol e ainda atividade antiproliferativa de células tumorais. As plantas contêm princípios ativos responsáveis pelas propriedades terapêuticas a elas atribuídas. Para estudos de citotoxicidade in vitro, os eritrócitos são células muito utilizadas, devido, principalmente, ao fácil acesso e grande disponibilidade, permitindo a investigação do efeito tóxico ou protetor de princípios ativos sobre a membrana celular. O objetivo deste trabalho foi realizar o estudo fitoquímico da espécie C. procera e avaliar o potencial citotóxico e citoprotetor do Extrato Etanólico Bruto (EEB) e da Fração Clorofórmica do caule desta através do teste de atividade hemolítica e antihemolítica, respectivamente, em eritrócitos humanos dos tipos A, B e O. Com a realização do screening fitoquímico foi possível identificar a presença de duas classes de metabólitos secundários: flavonoides e esteroides no EEB do caule de C procera. Em relação ao estudo da avaliação da citotoxicidade, pode-se afirmar que o EEB e a fração clorofórmica do caule C. procera, apenas na concentração de 10 μg/mL não foi capaz de causar a lise estatisticamente significante nos eritrócitos para os três tipos sanguíneos (ABO), nas demais concentrações foi verificada atividade hemolítica. Contudo, esta mesma concentração (10 μg/mL), não apresentou atividade antihemolítica, ou seja, não protegeu os eritrócitos ABO do estresse osmótico promovido pelo meio hipotônico (solução NaCl 0,24 %).