O objetivo desse estudo foi identificar o tempo de aparecimento da mucosite oral grave (MOG) e os fatores associados em pacientes pediátricos com tumores sólidos utilizando a análise de sobrevivência. Trata-se de um estudo descritivo, observacional e longitudinal-prospectivo, realizado de 2013 a 2017, com 58 pacientes de 0 a 19 anos de idade, internados no setor de pediatria de um hospital para tratamento oncológico. Utilizou-se para a coleta de dados por um formulário e o Oral Assessment Guide modificado, aplicado por pesquisadores calibrados (kappa>0,7) durante 10 semanas. A análise dos dados ocorreu por estatística descritiva e análise de sobrevivência (α=5%). A maioria dos pacientes era do sexo masculino (60,3%; n=35), com idade média de 8,16 anos (±5,86), pardos (48,3%; n=28), com osteossarcoma (34,5%; n=20), utilizando a combinação de quimioterapia com cirurgia como modalidade terapêutica (51,7%; n=30), destacando-se os produtos naturais como os quimioterápicos mais administrados (74,1%; n=43). A amputação de membro ocorreu em 62,1% dos pacientes (n=36). Óbito, metástase e transplante de medula óssea não foram frequentes. Leucócitos (55,2%;n=32), plaquetas (62,1%; n=36) e creatinina (87,9%; n=51) apresentaram padrões normais. A análise de sobrevivência revelou um tempo mediano de aparecimento da MOG de 77,1 dias e os fatores associados a sua ocorrência incluem sexo feminino; cor de pele parda; metástase; creatinina; combinação de quimioterapia, cirurgia e radioterapia; e classe de quimioterápicos miscelânea. Conclui-se que variáveis relacionadas ao paciente, à doença e ao tipo de tratamento são fatores de risco para a ocorrência da MOG.