Artigo Anais III SINPROVS

ANAIS de Evento

ISBN: 978-85-7946-272-6

AÇÕES E INICIATIVAS PARA O FORTALECIMENTO DAS CASAS DE SEMENTES COMUNITÁRIAS

Palavra-chaves: BIODIVERSIDADE, PRESERVAÇÃO, CASAS DE SEMENTES Pôster (PO) AT 02. Exploração de espécies agrícolas e nativas
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      Historicamente, no Brasil, o semiárido é caracterizado pela concentração da água, da terra e das sementes nas mãos de pequenos grupos que dominam a política e a economia local. Muitas vezes, os agricultores se subordinam aos “patrões” em troca desses recursos naturais e econômicos com dias de trabalho ou com trocas pela produção. Como se não bastasse esse monopólio dos recursos naturais, as políticas públicas adotadas, com um caráter claramente assistencialista, por um longo período fomentaram a chamada “indústria da seca”, ao invés de garantir os meios de produção aos agricultores familiares, aos povos e às comunidades tradicionais. No entanto, os próprios agricultores e entidades apoiadoras passaram a refletir e perceber a necessidade de convivência com o semiárido a partir de iniciativas que proporcionassem a autonomia dos agricultores e os mantivesse na terra. Então, iniciou-se um processo de mobilização social e utilização de práticas que promovessem uma melhor convivência com a referida região. Dentre as iniciativas, pode-se destacar algumas tecnologias sociais como, as cisternas, os quintais produtivos e as Casas de Sementes Comunitárias.\r\n
      Considerando a forma como os agricultores familiares preservam a agrobiodiversidade, através das Casas de Sementes, notou-se a importância de um estudo sobre esta   Tecnologia Social nos municípios de Crato e Nova Olinda. Pois, esses municípios apresentam algumas experiências exitosas nesse sentido. Para a realização do estudo técnicas de natureza qualitativa foram adotadas, como a descritiva e o Estudo de Caso. A pesquisa foi realizada com os dez representantes das Casas de Sementes, ativas e inativas identificadas nas Comunidades rurais dos municípios de Crato e Nova Olinda. Já a pesquisa documental foi realizada através de entrevistas e levantamento das coordenadas geográficas. Durante as visitas às comunidades foi observado que algumas Tecnologias Sociais foram construídas a partir de projetos. As Casas de Sementes das Comunidades Catolé e Várzea, ambas da cidade de Nova Olinda, foram construídas a partir do Programa Sementes do Semiárido. Já as das localidades Baixio das Palmeiras e Chico Gomes, do município de Crato, foram implantadas através do Projeto Solari. Diante do que foi visto durante esta pesquisa, é inegável a importância das Casas de Sementes para o desenvolvimento sustentável, apesar de nem todas as Tecnologias visitadas estarem ativas, todos os representantes têm consciência das possibilidades que ela proporciona.  A preservação da agrobiodiversidade, a autonomia dos agricultores, a segurança alimentar, o coletivismo, a valorização dos conhecimentos e saberes populares e o desenvolvimento econômico das comunidades foram as principais contribuições observadas e destacadas pelos agricultores. A falta de incentivo e apoio, o desinteresse dos jovens e as condições climáticas são os principais motivos que influenciam a inativação de, pelo menos, quatro, das dez Casas de Sementes identificadas na pesquisa. Apesar de existir algumas ações e iniciativas que apoiem e fortaleçam as Casas de Sementes na região, essas ocorrem de forma isolada e descontínua. Por isso, as instituições que compartilham do mesmo interesse devem interagir entre si, o que proporcionaria a continuidade dos projetos que são desenvolvidos nas comunidades.
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      Considerando a forma como os agricultores familiares preservam a agrobiodiversidade, através das Casas de Sementes, notou-se a importância de um estudo sobre esta   Tecnologia Social nos municípios de Crato e Nova Olinda. Pois, esses municípios apresentam algumas experiências exitosas nesse sentido. Para a realização do estudo técnicas de natureza qualitativa foram adotadas, como a descritiva e o Estudo de Caso. A pesquisa foi realizada com os dez representantes das Casas de Sementes, ativas e inativas identificadas nas Comunidades rurais dos municípios de Crato e Nova Olinda. Já a pesquisa documental foi realizada através de entrevistas e levantamento das coordenadas geográficas. Durante as visitas às comunidades foi observado que algumas Tecnologias Sociais foram construídas a partir de projetos. As Casas de Sementes das Comunidades Catolé e Várzea, ambas da cidade de Nova Olinda, foram construídas a partir do Programa Sementes do Semiárido. Já as das localidades Baixio das Palmeiras e Chico Gomes, do município de Crato, foram implantadas através do Projeto Solari. Diante do que foi visto durante esta pesquisa, é inegável a importância das Casas de Sementes para o desenvolvimento sustentável, apesar de nem todas as Tecnologias visitadas estarem ativas, todos os representantes têm consciência das possibilidades que ela proporciona.  A preservação da agrobiodiversidade, a autonomia dos agricultores, a segurança alimentar, o coletivismo, a valorização dos conhecimentos e saberes populares e o desenvolvimento econômico das comunidades foram as principais contribuições observadas e destacadas pelos agricultores. A falta de incentivo e apoio, o desinteresse dos jovens e as condições climáticas são os principais motivos que influenciam a inativação de, pelo menos, quatro, das dez Casas de Sementes identificadas na pesquisa. Apesar de existir algumas ações e iniciativas que apoiem e fortaleçam as Casas de Sementes na região, essas ocorrem de forma isolada e descontínua. Por isso, as instituições que compartilham do mesmo interesse devem interagir entre si, o que proporcionaria a continuidade dos projetos que são desenvolvidos nas comunidades.
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Publicado em 07 de maio de 2018

Resumo

Historicamente, no Brasil, o semiárido é caracterizado pela concentração da água, da terra e das sementes nas mãos de pequenos grupos que dominam a política e a economia local. Muitas vezes, os agricultores se subordinam aos “patrões” em troca desses recursos naturais e econômicos com dias de trabalho ou com trocas pela produção. Como se não bastasse esse monopólio dos recursos naturais, as políticas públicas adotadas, com um caráter claramente assistencialista, por um longo período fomentaram a chamada “indústria da seca”, ao invés de garantir os meios de produção aos agricultores familiares, aos povos e às comunidades tradicionais. No entanto, os próprios agricultores e entidades apoiadoras passaram a refletir e perceber a necessidade de convivência com o semiárido a partir de iniciativas que proporcionassem a autonomia dos agricultores e os mantivesse na terra. Então, iniciou-se um processo de mobilização social e utilização de práticas que promovessem uma melhor convivência com a referida região. Dentre as iniciativas, pode-se destacar algumas tecnologias sociais como, as cisternas, os quintais produtivos e as Casas de Sementes Comunitárias. Considerando a forma como os agricultores familiares preservam a agrobiodiversidade, através das Casas de Sementes, notou-se a importância de um estudo sobre esta Tecnologia Social nos municípios de Crato e Nova Olinda. Pois, esses municípios apresentam algumas experiências exitosas nesse sentido. Para a realização do estudo técnicas de natureza qualitativa foram adotadas, como a descritiva e o Estudo de Caso. A pesquisa foi realizada com os dez representantes das Casas de Sementes, ativas e inativas identificadas nas Comunidades rurais dos municípios de Crato e Nova Olinda. Já a pesquisa documental foi realizada através de entrevistas e levantamento das coordenadas geográficas. Durante as visitas às comunidades foi observado que algumas Tecnologias Sociais foram construídas a partir de projetos. As Casas de Sementes das Comunidades Catolé e Várzea, ambas da cidade de Nova Olinda, foram construídas a partir do Programa Sementes do Semiárido. Já as das localidades Baixio das Palmeiras e Chico Gomes, do município de Crato, foram implantadas através do Projeto Solari. Diante do que foi visto durante esta pesquisa, é inegável a importância das Casas de Sementes para o desenvolvimento sustentável, apesar de nem todas as Tecnologias visitadas estarem ativas, todos os representantes têm consciência das possibilidades que ela proporciona. A preservação da agrobiodiversidade, a autonomia dos agricultores, a segurança alimentar, o coletivismo, a valorização dos conhecimentos e saberes populares e o desenvolvimento econômico das comunidades foram as principais contribuições observadas e destacadas pelos agricultores. A falta de incentivo e apoio, o desinteresse dos jovens e as condições climáticas são os principais motivos que influenciam a inativação de, pelo menos, quatro, das dez Casas de Sementes identificadas na pesquisa. Apesar de existir algumas ações e iniciativas que apoiem e fortaleçam as Casas de Sementes na região, essas ocorrem de forma isolada e descontínua. Por isso, as instituições que compartilham do mesmo interesse devem interagir entre si, o que proporcionaria a continuidade dos projetos que são desenvolvidos nas comunidades.

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