Entender como o aumento da temperatura afeta a fotossíntese das plantas tem sido o foco de vários estudos. Porém, o excesso de calor pode afetar diferentemente o metabolismo fotossintético dependendo da espécie e/ou variedade estudada. Assim, espécies adaptadas a ambientes áridos podem auxiliar no entendimento de mecanismos fisiológicos responsáveis por essa aclimatação, particularmente para processos metabólicos primários como a fotossíntese. O presente estudo avaliou os distúrbios fotossintéticos induzidos pelo aumento da temperatura em plantas de Ora-pró-nobis (Pereskia aculeata). As plantas, obtidas a partir de estacas, foram cultivadas em vasos de cinco litros e irrigadas com solução nutritiva diariamente em casa de vegetação. Após 45 dias do plantio das estacas, as plantas com média de 30 folhas foram utilizadas no experimento. Foram elaboradas as curvas de fotossíntese líquida (A) em repostas ao aumento da luminosidade (densidade de fluxo de fótons fotossintéticos - DFFF) sob três intensidades de temperatura (20, 30 e 40 ºC). As plantas submetidas a 20 e 30° C apresentaram respostas similares de trocas gasosas, com maior fotossíntese líquida, porém com um melhor rendimento quântico naquelas expostas a 30° C. Por outro lado, as plantas sob temperatura mais elevada (40 ºC) apresentaram redução drástica da fotossíntese associada a maiores taxas de condutância estomática e transpiração, indicando perda da eficiência de uso de água nessas condições.