O presente trabalho tem como objetivo analisar à luz da Análise do Discurso de tradição francesa (AD) e da teoria queer como os personagens Jack e Ennis, do conto "O segredo de Brokeback Mountain" vivenciam suas subjetividades em dois espaços, em duas cenografias diferentes: um é em Brokeback, a montanha, território onde podem experienciar plenamente "o amor que não ousa dizer o seu nome". O outro espaço é justamente os derredores da montanha em que os personagens precisam enfrentar um ambiente hostil as suas sexualidades periféricas, nesse espaço, suas práticas são consideradas antinaturais, infrutíferas e pecaminosas. Para essa análise foram necessários entender os conceitos de sujeito na pós modernidade que, diferentemente de outras épocas, entendia o sujeito de identidade fixa e imutável, hoje, o sujeito é definido como agente de múltiplas identidades, muitas delas, conflituosas, contraditórias. A linguagem é também um elemento importante para nosso estudo. Para isso, nos valemos dos conceitos da AD, que compreende a linguagem não como uma espécie de etiqueta para as coisas que nos cercam, ela é componente das nossas subjetividades e se interpõe entre nós e o mundo dito “natural”. Assim, os sentidos que mobilizamos não se originam em nós mesmos, mas são estruturados, organizados e regidos por outras instâncias. São as Formações Discursivas (FD) que determinam o nosso dizer. A teoria queer nos serve porque traz um contraponto frente às abordagens que tratam a sexualidade humana como refém do destino biológico, para essa perspectiva, as noções de sexualidade, gênero também são construtos sociais e que são, de alguma forma, mantidos e organizados por poderosas mãos institucionais.