A segregação e o preconceito raciais ainda estão bastante presentes na sociedade brasileira e, apesar da implementação de leis que visam coibir ou promover a conscientização acerca do racismo, ainda é possível verificar diversas situações que comprovam a existência e a persistência do racismo no Brasil. O presente artigo trata-se de um relato de experiências vivenciadas através do projeto de intervenção pedagógica “Aprender a conviver: a escola rompendo os limites da história contra as expressões racistas” desenvolvido nas aulas de Língua Portuguesa da escola Obdúlia Dantas. O projeto teve como objetivo compreender a diversidade racial e desenvolver atividades que estimulem a reflexão de forma a contribuir para conscientização dos alunos acerca de expressões cotidianas que constituem práticas racistas e de que estas, além de ferir princípios éticos e morais, também são consideradas crime previsto em lei. O presente texto, além das reflexões propostas por teóricos e estudiosos entre eles Fanon (2008) e Bhabha (1998) que tratam da construção histórica da diferença e do preconceito racial, bem como suas manifestações na atualidade, também expõe os decretos de leis constitucionais e educacionais envolvendo questões raciais. Além da abordagem crítica acerca do tema, o trabalho também mostra o êxito da articulação entre esse tema de relevância social e os conteúdos programáticos da disciplina como recomenta os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa. A experiência também contempla a presença da transversalidade para o ensino das mais variadas disciplinas, acrescentando-se a esta a interdisciplinaridade através do tratamento da abordagem de conteúdos referentes à disciplina de História, de Sociologia e de Filosofia.