AQUINO, Evanice Guedes et al.. O ponto final nas produções escritas: norma ou estilo?. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/37875>. Acesso em: 21/11/2024 18:12
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre as práticas de escrita em sala de aula, fazendo uma análise do uso do ponto final nas produções dos alunos e os efeitos de sentido decorrentes desse uso. Para tanto, será utilizado o gênero crônica literária, cujas estratégias e peculiaridades de seu caráter discursivo funcionam como instrumento facilitador no processo de ensino-aprendizagem. Identificar o uso do ponto como operador enunciativo de produção de sentido é uma forma de trabalhar o estilo individual, a partir de um recurso léxico-gramatical, permitindo a análise das especificidades da língua. É possível inserir o gênero textual crônica literária no ambiente escolar. Enquanto ferramenta educacional, serve para desenvolver no educando habilidades como práticas de leitura oral e escrita realizadas de maneira autônoma e, concomitantemente, perceber que o ponto final, embora seja regido pela norma, também opera como recurso estilístico, refratando sua natureza semiótica, na esfera discursiva analisada. A crônica é um gênero textual que está ligado à vivência do aluno e também possui uma linguagem simples que aproxima este das práticas de leitura e escrita no universo escolar de forma leve, prazerosa e espontânea, isto é, um objeto da vida concreta, que pode ser analisado a partir de um plano linguístico ou como fenômeno sociodiscursivo. Assim, para trabalhar o ponto como produtor de sentido, faz-se necessário entender que tal sinal auxilia o leitor na busca do significado, das intenções e dos objetivos do texto e de cada uma de suas partes. Para a construção deste artigo, optou-se pela leitura e análise de textos teóricos que trabalham com tipologia e gêneros textuais/discursivos, estratégias de leitura, usos e funções da pontuação a exemplo de Bakhtin (2000 e 2009); Marcuschi (2008); Koch (2008); Dahlet (2006), entre outros. Trata-se do recorte de uma pesquisa-ação, quanti-qualitativa, de cunho descritivo/ interpretativista, que compõe o projeto de intervenção da autora, do Mestrado Profletras, de Guarabira-PB. Os resultados indicam que o ensino de língua exige práticas de interação correspondentes com a real substância da linguagem, uma vez que os alunos apresentam dificuldades para atividades reflexivas.