A educação é permeada por discussões em torno de como a escola pode ser um espaço de ensino e aprendizagem, responsável pela formação de pessoas que possam atuar e pensar criticamente a sua realidade. Não obstante, frente ao que é vivenciado na atual conjuntura das escolas e, especificamente, em instituições de ensino público, questiona-se se este espaço garante ao aluno tal formação. Assim, faz-se importante pensar a respeito do papel da educação na sociedade brasileira, bem como de que maneira a comunidade escolar pode contribuir na construção de uma consciência crítica e política e, para além disso, na formação de sujeitos engajados em lutas sociais. Destarte, vislumbrando-se reflexionar acerca de tais afirmativas, o presente texto apresentará um relato de experiência, fruto de vivências de discentes do curso de licenciatura de ciências sociais, junto a uma escola pública. Para tanto, partindo-se de visitas em uma escola da rede pública, localizada na cidade Santa Rita-Paraíba, fez-se entrevistas semi-estruturadas com gestores, professores e alunos, assim como, observações realizadas no contexto pesquisado. De forma ampla, percebe-se dificuldades enfrentadas por docentes em sala de aula, mas principalmente, que é possível, através de suas práticas pedagógicas autônomas, modificar algumas coisas que são superestruturais. Percebeu-se ainda, que os discentes não pertencem simplesmente a categorias macrossociológicas, mas que, sobretudo, são indivíduos, que para além das injustiças vivenciadas em diversos contextos, são capazes de superar traumas e escolher os elementos que irão prevalecer em sua história. Pensar sobre tais questões faz-se crucial, ressaltando-se ainda o papel do governo frente à realidade constada.