É notório o aumento de diagnósticos de diferentes transtornos no âmbito escolar, que retoma a antiga lógica de patologização das dificuldades no processo de escolarização. Esse aumento se relaciona, dentre outros fatores, ao processo de transformar questões sociais complexas, como é a dificuldade no processo de escolarização, em problemas do indivíduo, em especial em um defeito no seu aparato orgânico. Assim, objeto de estudo desta pesquisa é compreender e diferenciar as terminologias utilizadas para descrever uma criança com dificuldades de concluir de maneira satisfatória seu processo de ensino e aprendizagem, entre elas, o distúrbio de aprendizagem, as dificuldades de aprendizagem e a implicação da formação docente sobre o tema. Indagou-se sobre o domínio dos conceitos e propriedade sobre as questões que envolvam a aprendizagem ou a falta dela. Que adquire relevância, uma vez que os contextos em que estão inseridos estes alunos são desfavorecidos, e que os mesmos tem sido calados em sua subjetividade por uma escola que não compreende a criança como sujeito ativo do processo e os culpabiliza por um fracasso que não é individual, mas sim coletivo. O espaço escolar, que deveria estar voltado amplamente para a aprendizagem,desviou seu foco, com muita frequência e pouca propriedade sobre o tema, passou a encaminhar seus alunos com dificuldades notadas principalmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental para a esfera médica. Nesta pesquisa buscamos também compreender os motivos que elevam o índice de crianças medicalizadas, fazendo uso constantes de psicotrópicos, incidindo uma grave crise, patologizar a educação.