Este artigo, através de diálogos com profissionais da área educacional em instituições públicas, ajuda-nos a compreender a dicotomia que existe entre os gêneros masculino e feminino, quando os mesmos assumem cargos de direção escolar. É interessante perceber como a opinião das pessoas em relação aos papéis socioculturais do gênero masculino e feminino ainda estão delimitados e coadunam com um modelo patriarcal de atuação. Sendo assim, os postos de chefia continuam a ser vistos como um lugar masculino por autoridade, dando-nos uma ideia de que estes são inerentes ao homem. A história da educação no Brasil parece coincidir com a história da discriminação de gênero. A sociedade brasileira no seu processo de formação foi profundamente marcada pelo modelo patriarcal e autoritário, além disso, teve a influência da Igreja Católica e essas influências refletem diretamente na constituição dos modelos educacionais no país, dos quais as mulheres foram excluídas. A mulher, em detrimento disso, é vista pela maioria como um ser frágil e com pouca ou nenhuma habilidade em conduzir situações que exijam racionalidade, autoridade, persuasão e mediação dialógica, como é o caso dos cargos de direção escolar. De algum modo, a ideia de que a mulher assuma postos de chefia, nesse caso, de diretora escolar, ainda é algo que precisa ser bastante discutido socialmente, de modo que as comparações sobre a gestão de cada um não tenham como parâmetro básico o gênero, mas sim o modo como eles atuam e como conduzem e desenvolvem os trabalhos, considerando o ser humano, sujeito ímpar, com potencialidades e limitações que lhes são específicas, não por serem homens ou mulheres, mas por suas subjetividades e contextualidades.