É bastante peculiar a noção de mundo de uma mulher que retorna aos estudos depois de adulta, após anos afastada do espaço escolar, ou mesmo daquela que inicia sua trajetória escolar nessa fase da vida. Quem são essas mulheres que escrevem sobre si? Nesta perspectiva, este trabalho objetivou compreender a importância da educação como forma propulsora do empoderamento de mulheres em uma visão psicanalítica, sua ação transformadora e reparadora na vida destas como forma de suprir traumas inconscientes, demonstrados nos relatos escritos e como estas mulheres conseguiram representar-se socialmente a partir da educação escolar, sobressaindo-se, firmando-se e se empoderando como mulher, cidadã, provedora do lar e do seu espaço no mundo. O empoderamento feminino busca equalizar a assimetria de poder insistente em colocar as mulheres no lugar da subalternidade. Empoderar mulheres é promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e econômicas, melhorando a qualidade de vida dessas mulheres, para o desenvolvimento sustentável. É uma conquista da autonomia e da autodeterminação a partir da própria mulher, não sendo possível outra pessoa fazer isso por ela. Esta pesquisa foi realizada na Escola Estadual Antônio Guedes de Andrade, em Campina Grande – PB, com dez alunas, e teve um caráter qualitativo, onde se utilizou como instrumento para a obtenção dos dados a elaboração de um memorial. Os resultados obtidos pontuaram fatores para uma mulher poder abandonar os estudos, explicitaram os processos de ressignificação e resiliência de suas escolhas, evidenciaram a importância da representatividade do espaço escolar na recuperação da estima dessas mulheres, remetendo-se ao processo de empoderamento das mesmas, emancipando-as educacionalmente.