O presente texto é fruto das discussões realizadas na disciplina Práticas integradoras na Educação Profissional, ministrada no Instituto Federal, de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), no âmbito do Programa de pós Graduação em Educação Profissional (PPGEP), e versa sobre alguns desafios referentes ao fazer do professor de língua espanhola, numa perspectiva de emancipação da classe trabalhadora. Com a reforma do ensino médio, lei nº 13.415, de 2017, a lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005, que tornou obrigatória a inclusão do espanhol como uma opção de língua estrangeira no currículo do ensino médio das escolas públicas brasileiras, foi revogada e o que antes era uma possibilidade, mesmo que muito pequena, de aquisição de uma nova língua, torna-se algo ainda mais distante, uma vez que a reforma inviabiliza ainda mais a possibilidade dessa oferta, ao estabelecer itinerários formativos, que contemplarão disciplinas diferentes, de acordo com a organização do currículo de cada um. As discussões aqui suscitadas consideram alguns fatores que perpassam a formação, bem como elementos importantes ao fazer cotidiano desses profissionais. Para subsidiar nossas reflexões, que têm como objetivo pensar acerca dos desafios e das possibilidades formativas proporcionadas pela disciplina de língua espanhola, no currículo do ensino médio brasileiro, em espacial das escolas da rede pública, nos utilizamos do pensamento dialético e nos respaldamos em Moura (2012, 2013), Frigotto (1996), Mészáros (2008), entre outros. Concluímos que a prática profissional do professor de língua espanhola, numa perspectiva integradora, onde os conhecimentos inerentes à aprendizagem do idioma também sejam propulsores de conscientização, é um caminho viável para uma formação que vai além da aquisição de uma língua. No entanto, para que essa prática alcance êxito, entre outras coisas, faz-se necessário não apenas disposição dos envolvidos, mas que haja garantia de condições, para uma atuação docente com qualidade.