O objetivo deste estudo foi conhecer o perfil de saúde bucal e a autopercepção de saúde bucal dos idosos participantes do programa Cidade do Idoso de Chapecó, Santa Catarina. Este estudo transversal foi realizado com 235 idosos cadastrados no Programa, no período de março a novembro de 2016. Os idosos participantes tiveram suas cavidades bucais examinadas por examinadoras previamente treinadas e calibradas de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Os critérios adotados no exame da cavidade bucal incluíram: índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D), índice periodontal comunitário (IPC), índice de perda de inserção periodontal (PIP), uso e necessidade de prótese dentária e presença de lesões e localização na mucosa oral e perioral. A autoavaliação da saúde bucal foi coletada pela aplicação da versão portuguesa do Geriatric Oral Health Assessment Index (GOHAI). Dos 235 idosos examinados, 63,8% eram mulheres. Os resultados da saúde bucal evidenciaram um CPO-D médio elevado, com 24,37 (±4,48) e 21,98 (±7,42) coroas e raízes comprometidas, respectivamente, e 21,59 (±7,64) correspondendo à categoria “Perdida”. Observou-se, também, alta frequência de uso e necessidade de prótese dentária, com destaque para o uso de próteses totais superiores (92,3%, IC95% 88,9-95,7) e inferiores (76,6%, IC95% 71,2-82,0). A lesão mais comum foi a estomatite por dentadura, seguida de hiperplasia por câmara de sucção no palato duro. A autopercepção de saúde oral foi alta para 52 participantes (22,1%), moderada para 101 participantes (43%) e baixa para 82 participantes (34,9%). O escore médio do GOHAI foi moderado, 29,9 (±8,3) pontos. Os participantes do programa Cidade do Idoso de Chapecó apresentaram uma saúde bucal pobre, evidenciando alta perda dentária, alta necessidade de prótese e presença de lesões de tecidos moles. A percepção de saúde bucal foi moderada, revelando discrepância com o estado real de saúde bucal.