O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e resulta da queda das taxas de mortalidade e fecundidade. Nos dias atuais, a população brasileira se caracteriza principalmente pela presença de doenças crônicas em comparação com as doenças transmissíveis. Tendo em vista que as doenças crônicas não têm cura, mas necessitam de cuidados de longa duração e controle, torna-se importante investigar as internações hospitalares relacionadas a esse tipo de morbidade. Este panorama reflete a qualidade da atenção primária à saúde, responsável por manejar condições sensíveis e evitar hospitalizações desnecessárias.Os dados secundários gerados pelos sistemas nacionais de informação em saúde, como o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), são uma boa alternativa para a análise das condições de saúde da população diante dos altos custos e da complexidade de estudos de base populacional. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo caracterizar as internações hospitalares de idosos por doenças crônicas na Região Sul do Brasil nos anos de 2010 a 2014. Tratou-se de um estudo descritivo e transversal, com abordagem quantitativa. A técnica de coleta de dados foi utilizado através de consulta documental na base de dados do Datasus. Os dados obtidos sobre internações hospitalares foram colhidos através do SIH/SUS, o qual utiliza como instrumento o formulário de Autorização de Internação Hospitalar (AIH). A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto e setembro de 2015. Os critérios de inclusão dos sujeitos foram: ter 60 anos de idade ou mais, ter sido hospitalizado em estabelecimento de saúde do SUS em decorrência de doenças crônicas, na Região Sul do Brasil entre os anos de 2010 e 2014. Foram incluídas as seguintes variáveis: faixa etária, sexo, unidade de federação, ano de internação e causa da internação. Os dados foram tabulados e passaram por análise estatística descritiva. Foram calculadas as taxas de internações hospitalares de idosos por doenças crônicas de acordo com as variáveis incluídas e apresentadas na forma de tabela. Por se tratarem de dados de domínio público, este estudo dispensou a apreciação por comitê de ética em pesquisa. A partir da análise descritiva dos dados sobre a internação de idosos da Região Sul do Brasil, observou-se que as doenças cardíacas apareceram com a maior taxa de internação, seguidas das neoplasias juntamente com a hipertensão, e em quarto, quinto, e sexto lugares, respectivamente, as doenças pulmonares e diabetes e as artropatias. A taxa de internação hospitalar foi maior entre idosos com 80 anos e mais e no sexo masculino em todo o período estudado. Nos Estados do Paraná e Santa Catarina, as doenças cardíacas representaram a maior taxa de internação entre idosos, já no Rio de Grande do Sul, as neoplasias assumiram a liderança das taxas de internação.Informações sobre as taxas de internação de idosos, bem como suas diferenças em relação ao sexo, faixa etária, localidade e sua evolução ao longo do tempo oferecem subsídios para reflexões acerca do processo de trabalho das equipes que realizam diretamente no cuidado em saúde.