O crescente aumento na incidência de doenças, especialmente as de origem cardiovascular, é resultado das transformações ocorridas no estilo de vida da população. A principal delas, a Hipertensão Arterial, atinge mais de 60% dos idosos. Diante da presença e influência dos fatores de risco modificáveis da hipertensão, torna-se imprescindível detectar as habilidades e o nível de letramento dos idosos acerca das informações sobre saúde e qualidade de vida para que de forma efetiva modifiquem seu estilo de vida e assim gerenciem sua condição crônica. Nessa medida, o estudo objetivou verificar a associação entre o nível de letramento em saúde, tempo de diagnóstico da Hipertensão Arterial, Índice de Massa Corporal e prática de atividade física em idosos hipertensos acompanhados na atenção primária em Picos-PI. Estudo analítico, transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 125 adultos hipertensos cadastrados em três unidades básicas, no período de agosto de 2016 a julho de 2017. Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: o de identificação pessoal e clínica, e outro para avaliar o Letramento em Saúde (versão brasileira do instrumento Test of Funcional Literacy in Adults (S-TOFHLA)). Os dados coletados foram tabulados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Essa investigação seguiu os preceitos da Resolução 466/2012 do Conselho Regional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí, conforme parecer n. 1.777.982. Verificou-se que os indivíduos hipertensos com letramento em saúde inadequado eram, em sua maioria, eutróficos (54,3%), não praticantes de atividade física (54,3%) e com tempo de diagnóstico de hipertensão acima de 12 anos (41,4%), não tendo sido encontrada associação estatística entre essas variáveis. Os resultados do estudo sugerem que os idosos sedentários e com diagnóstico de hipertensão por mais tempo tem maior probabilidade de apresentar letramento inadequado. Dessa forma, os fatores e comportamentos verificados no estudo identificam situações modificáveis, como o sedentarismo, a obesidade, o nível de letramento inadequado sendo os principais fatores que causam o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Assim fica evidente a importância de programas de educação em saúde e de acompanhamento pela equipe da atenção básica, a fim de reduzir e contornar os malefícios provocados por estilos de vida pouco saudáveis.