A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma enfermidade adquirida neurodegenerativa, caracterizando-se pela degeneração progressiva dos neurônios motores, com repercussões neuromusculares progressivas e letais. A insuficiência respiratória é a principal causa de óbito, devido ao comprometimento dos músculos respiratórios. Assim, o paciente portador de ELA pode tornar-se dependente de suporte avançado de vida, necessitando de equipamentos de monitorização, bem como suporte ventilatório, além do processo relacional resultante do encontro entre profissional e paciente. No sentido de planejar a melhor assistência ao portador de ELA entende-se que o processo de enfermagem é o método ideal para que o enfermeiro aplique seus conhecimentos técnico-científicos, favorecendo a execução do cuidado de forma sistematizada. O objetivo do presente trabalho foi relatar a experiência do processo de cuidar da enfermagem a um paciente idoso portador de ELA. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência com análise descritiva, desenvolvido na unidade de clínica médica de um Hospital Escola. A pesquisa foi baseada na teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta. A coleta de dados foi realizada a partir do histórico de enfermagem, em forma de check-list, através da visita de enfermagem, na presença do cuidador responsável pelo paciente, por meio de entrevista e exame físico. Para identificação dos diagnósticos de enfermagem utilizou-se a nomenclatura de diagnósticos, resultados e intervenções para a clínica médica do HULW/UFPB e a CIPE® versão 2015. Resultados e Discussão: Paciente G.D, 61 anos, sexo masculino, casado, internado na Clinica Medica do HULW/UFPB. Admitido nesta clínica em 26/05/2017, proveniente da Unidade de Terapia Intensiva deste Hospital. O mesmo recebeu diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica há 9 meses, onde os sintomas iniciais foram disfagia, disfonia e disartria, seguido de dispneia e rápida evolução para insuficiência respiratória aguda. O paciente encontrava-se restrito ao leito, consciente, orientado, pele íntegra, respirando por traqueostomia, com suporte ventilatório por Bipap contínuo, pouco secretivo, sendo realizada aspiração traqueal conforme necessidade. Abdômen plano, flácido, indolor a palpação, ruídos hidroaéreos presentes. Dieta fracionada por gastrostomia. Eliminações fisiológicas espontâneas em fralda descartável. Tetraparesia, porém com sensibilidade preservada e ausência de edemas periféricos. Comunica-se por movimentos labiais e apresenta alto grau de dependência para o auto-cuidado. Após a coleta de dados os principais diagnósticos de enfermagem identificados foram nas necessidades psicobiológicas: limpeza das vias aéreas prejudicada; deglutição prejudicada; mobilidade na cama prejudicada; capacidade de autocuidado prejudicada; risco de integridade da pele prejudicada; risco de infecção; e nas necessidades psicossociais: ansiedade e comunicação verbal prejudicada. Conclusão: O portador de ELA necessita de uma assistência integral e específica, devido a característica degenerativa, progressiva e irreversível desta patologia. A equipe de Enfermagem está diretamente ligada à assistência desses pacientes, uma vez que apresentam alterações em suas necessidades humanas básicas. O processo de Enfermagem aplicado a este paciente demonstrou, o elevado grau de dependência do mesmo. Tornando-se necessário o aprimoramento do conhecimento, a cerca do tema, pela equipe de Enfermagem, para que o plano de cuidado elaborado seja constantemente revisado e atualizado, oferecendo assim uma assistência individualizada, integral e eficaz.