Introdução: O processo de Transição Demográfica implica em consequências para os sistemas de saúde, de seguridade, e, visto que pode se apresentar de forma distinta em diferentes regiões de um país, especialmente em grandes nações como o Brasil, compreender os diferenciais do processo de envelhecimento populacional pode ajudar na formulação de políticas públicas que visem atender às necessidades de saúde da pessoa idosa. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo descrever, através dos indicadores demográficos, as características do envelhecimento populacional no estado de Alagoas.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de natureza quantitativa, que utilizou indicadores dados obtidos nos Censos Demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nos anos de 2000 e 2010.
Resultados: O Índice de Envelhecimento Populacional do estado de Alagoas, em 2000, era de 20,6 idosos para cada 100 jovens menores de 15 anos. Nesse ano, os idosos representavam 7,2% da população total do estado, sendo que destes, predominaram as pessoas idosas mais jovens, ou seja, que possuem idade entre 60 e 69 anos de idade, representando 55,3% do total de pessoas idosas. Já as pessoas idosas com mais de 80 anos de idade, representaram apenas 14,8%. Na análise dos dados apresentados no Censo de 2010, foi possível observar um aumento do IEP alagoano, indicando a existência de 30,4 idosos para cada 100 jovens menores de 15 anos. A população do estado passou a ser representada por 8,9% de idosos, contudo, a porcentagem de pessoas com 80 anos de idade neste grupo apresentou uma queda (13,8%). De acordo com esta classificação a população alagoana, desde o Censo de 2010, pode ser considerada idosa, o que vai ao encontro da classificação da população nacional, visto que o balanço entre a população idosa e os jovens menores de 15 anos, resultando em um IEP brasileiro de 44,8. A redução de idosos “mais velhos” também pode ser observada na análise da longevidade dos idosos residentes em Alagoas, visto que os dados do Censo de 2000 indicaram que 26,9% dos idosos tinham mais de 75 anos, e a análise do último censo, indicou que, em média, 25,6% dos idosos tinham mais de 75 anos. A relação da população idosa com a população ativa ou não dependente apresentou elevação na década analisada. Em 2000, para cada 100 pessoas em idade economicamente ativa no estado de Alagoas, havia 12,5 idosos. Em 2010, a média da RDI foi de 14,3, ou seja, cerca de 7 indivíduos em idade potencialmente produtiva para cada idoso.
Conclusão: A partir dos dados referentes ao processo de envelhecimento populacional em Alagoas, é possível apontar a demanda por políticas públicas específicas para essa população, com foco na atenção integral, promoção da saúde e prevenção/controle de doenças. A mudança na estrutura etária da população alagoana requer, ainda, investimentos na formação de profissionais aptos a cuidar e atuar junto a uma população em idade cada vez mais avançada.