Introdução. A doença de Parkinson (DP) é descrita como uma perturbação neurodegenerativa, progressiva e crônica que compromete o sistema nervoso central levando ao surgimento de sinais e sintomas que está relacionado à morte progressiva dos neurônios dopaminérgicos. Os distúrbios da marcha são associados à tendência a quedas e redução da independência, grandes esforços são direcionados para o tratamento destas alterações. Como recurso fisioterapêutico, a fisioterapia aquática é um método que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos provenientes da imersão do corpo em água aquecida, favorecendo a reabilitação, obtendo melhora no desempenho motor e funcional. Objetivos. Comparar os efeitos da Fisioterapia Aquática (FA) e convencional na marcha de indivíduos com doença de Parkinson. Método. Tratou-se de um ensaio clínico controlado, com duplo-cego e aprovado pelo comitê de ética e pesquisa com Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), CAAE: 62912916.2.0000.5208. Foram recrutados do Programa Pró-Parkinson do Hospital das Clínicas/UFPE pacientes com diagnóstico da DP idiopática, de ambos os sexos e classificados nos estágios de 1 à 3 pela versão original da escala de Hoehn e Yahr. Após verificação dos critérios de elegibilidade os pacientes incluídos na pesquisa foram avaliados através dos seguintes instrumentos: O Teste de Caminhada de 10 metros (TC10) que avalia componentes cinemáticos espaciais e temporais da marcha, onde menor número de passos e tempo de realização do teste são bons indicativos; Dynamic Gait Index (DGI), que consiste em 8 tarefas que envolvem a marcha e resultados menores que 20 pontos são indicativos grave risco de quedas e incapacidade funcional. Após a avaliação inicial os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo Controle (GC) e Grupo Experimental (GE). Após a alocação o GC realizou 15 sessões de Fisioterapia Convencional, enquanto que o GE 15 sessões de Fisioterapia Aquática. Após as intervenções foram realizadas as reavaliações. Para análise estatística as comparações foram realizadas utilizando o teste de Anova, como nível de significância estatística, foi considerado um p considerado um p < 0,05. Resultados e Discussão. Após exclusões e perdas foram analisados os dados de 20 pacientes, 10 em cada grupo. Na avaliação inicial e reavaliação intergrupo não houveram diferenças significativas entre o GC e GE nas dimensões avaliadas. Nas comparações intragrupo: ambos os grupos apresentaram redução significativa na média de tempo e número de passos do TC10, elevação na média dos escores do DGI deixando de apresentar risco de quedas e incapacidade funcional, também houve um aumento significativo no deslocamento do TAF e redução no tempo de execução do TUG, porém apenas no GE foi significativa. No FES não verificou-se diferenças significativas entre a avaliação e reavaliação dos dois grupos. Conclusão. Os resultados da FA mostrou-se tão eficaz quanto a fisioterapia convencional para melhora da função da marcha e redução do risco de quedas e incapacidade de pacientes com DP.