COSTA, Ivoneide Ribeiro et al.. Obesidade mórbida e o impacto sobre o envelhecimento ativo. Anais V CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/34625>. Acesso em: 25/11/2024 00:38
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) resume obesidade como o grau de armazenamento de gordura no organismo associado a riscos para a saúde, devido à sua relação com várias complicações metabólicas. A obesidade mórbida apresenta no Brasil altos índices: 70,3% e 63,4% para homens e mulheres respectivamente na faixa etária de 65 a 74 anos (IBGE (2008/2009). Revela, ainda, que a população idosa brasileira seja de 20, 6 milhões, representando 10,8% da população total (IBGE, 2010). Envelhecimento é um processo dinâmico, progressivo, caracterizado por alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas, e por modificações psicológicas e emocionais e traz a diminuição gradual da capacidade funcional, representada pela incapacidade de realizar atividades básicas e instrumentais da vida diária, necessárias e importantes para uma vida autônoma. Pesquisa do IBGE revelou que a população idosa no Brasil com distúrbios nutricionais apresenta baixo peso no Nordeste e Centro-oeste, nos substratos rurais. O sobrepeso esteve mais presente no estrato urbano e nas regiões Sul e Sudeste. Idosos sozinhos tendem a apresentar mais problemas de saúde por alterações no apetite e na aquisição de alimentos, predispondo-os à desnutrição. Breton (2007) ressalta que a causa dos transtornos ligados ao corpo, às emoções e às doenças psicossomáticas reside no constructo social inerente aos seres humanos. Para o limite destas patologias cumprem observar o modo como os movimentos sociais e a própria sociedade cumpre seu papel e os estende aos cidadãos. Metodologia: Para a realização do trabalho foram utilizados dois questionários: um sociodemográfico e um semi-estruturado contendo 08 (oito) perguntas abertas sobre o corpo, a corporeidade, as emoções que o corpo desperta, as comorbidades etc. As entrevistas realizaram-se no ambulatório de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. A amostra foi constituída por 28 pacientes obesos de ambos os sexos, maiores de idade, e cujo IMC era ≥30 kg/m2. Empregou-se como estratégia metodológica o Discurso do Sujeito Coletivo cujas etapas são: Identificação das Expressões-Chave; Síntese das Ideias-centrais; estabelecimento das Ancoragens e estabelecimento do Discurso do Sujeito Coletivo. Conclusão: Os resultados do questionário sociodemográfico e semiestruturado evidenciaram uma população obesa essencialmente feminina em número absoluto e masculino em excesso de peso. O nível educacional predominante é o secundário com nível sócio econômico baixo. A faixa etária mais expressiva é de adultos entre 20-40 anos (60.71%). Nos resultados das questões abertas o discurso verbal foi preenchido por palavras como gordo, feio, pesado, triste, solidão, preconceito, dor, sou muito grande, não temos energia, discriminação e vergonha pelo excesso de peso. A relação da emoção que o corpo obeso proporciona é de sofrimento e desesperança. Não há funcionalidade no excesso de peso. Tarefas simples exigem grandes esforços o que acaba frustrando e entristecendo ainda mais indivíduo. O pilar da qualidade de vida já foi identificado enquanto roteiro a ser seguido. Entretanto, colaboram com estas práticas as políticas públicas de saúde que têm sido de grande importância para a população do país, mesmo cientes das dificuldades de sua implementação e materialização.