Introdução: O Sistema Único de Saúde considera a saúde como um conjunto integrado formado pelo bem-estar físico, mental e social, que é condicionada por fatores como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Visto o conceito ampliado de saúde e a vivência com grupo de idosas através de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade (Teresina-Piauí), observou-se a importância de discussão sobre Determinantes Sociais da Saúde a fim de compreender quais os fatores as participantes do grupo consideram como determinantes à sua saúde e, assim, ser possível pensar em ações de qualidade de vida no processo de envelhecimento das mesmas. Descrição da experiência: Foi realizada uma roda de conversa com base em dinâmicas ilustrativas e problematizadoras sobre fatores que influenciam a qualidade de vida e o processo de saúde-doença. Momento 1: Apresentação de história mostrando como cada fator determinante da saúde estão interligados e interferem na qualidade de vida, através da personagem “Mariela”, formada apenas por recortes de imagens representando cada determinante da saúde, que eram retirados/inseridos de acordo com a ausência/presença do determinante na história de vida da personagem, a fim de demonstrar visualmente a importância de todos os fatores para a visão total do ser e qualidade de vida. Momento 2: Cada participante relatava o que, em sua vida, lhe fazia adoecer e o que lhe fazia sentir-se com saúde, utilizando a construção da “Teia de nós” para demonstrar a interligação de todos os fatores e a importância da rede de suporte social e vínculos. Momento 3: Sugestões de temas a serem posteriormente debatidos no grupo em busca de trabalhar os pontos de adoecimento e envelhecimento saudável. Resultados e Análise: Observou-se curiosidade, compreensão e empatia à história de “Mariela”, na qual idosas reconheciam sua própria história de vida, seja na ausência de alguns fatores (como renda, moradia e família) ou na presença (como lazer, acesso a serviços e espiritualidade), destacando-se a pertinência da relação de aspectos culturais relacionados ao “ser mulher” com a percepção das idosas sobre sua vida. Quanto ao segundo aspecto deparou-se com um maior destaque aos pontos de adoecimento físico e mental, por vezes tendo dificuldade em mencionar algum aspecto de saúde em suas vidas, mesmo as participantes fazendo parte de grupo de atividade física. Com isso, pode-se refletir que dentre os aspectos que integram a visão ampliada à saúde, o elemento exposto pelas idosas de maior peso à sua qualidade de vida refere-se à sua saúde mental e à fragilização dos vínculos fraternos durante o envelhecer, sendo ainda um reflexo do sentimento de isolamento nesta fase da vida. Observa-se a necessidade de compreender a relação entre envelhecimento e questão de gênero, e ampliar os espaços de socialização e (re)construção de vínculos comunitários para que estas idosas possam perceber mais aspectos saudáveis do que de adoecimento em seu dia-a-dia e, assim, poder desfrutar de processo de envelhecimento saudável e ativo.