Introdução: Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a qualidade de vida representa “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores em que vive, e em relação a suas metas, expectativas, padrões e conceitos”(1). A OMS ressalta ainda que, tal percepção é afetada de forma complexa pela saúde física, estado psicológico, crenças pessoais, relações sociais e suas relações com características importantes de seu ambiente. Na velhice, a boa qualidade de vida está relacionada à independência e à autonomia para a realização das tarefas cotidianas, destacando-se, nesse contexto, o papel da funcionalidade cognitiva que, quando comprometida gravemente, pode resultar na dependência total do indivíduo, como ocorre nos casos das demências, caracterizados pela presença de declínio cognitivo progressivo e conseqüente comprometimento das atividades sociais e de vida diária do idoso(2). A qualidade de vida engloba as relações sociais enquanto fatores de saúde mental e de desenvolvimento, sendo fundamental a manutenção de redes de apoio social. Nesse sentido, os programas comunitários ou grupos de convivência constituem-se importantes ferramentas de suporte psicossocial para a pessoa idosa, uma vez que esses espaços proporcionam vivências afetivas que não são experienciadas pelo idoso em sua própria família(3). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa realizada com 200 idosos frequentadores de três grupos de convivência localizados no município de João Pessoa- PB. Os participantes responderam ao instrumento de avaliação da qualidade de vida proposto pela OMS, WHOQOL-old e um questionário socio- demográfico. Resultados: A amostra foi composta por 200 participantes com idades superiores a 60 anos (M=66,79; DP= 4,88). Majoritariamente eram do sexo feminino (70,5%), casados (90,5%), possuíam filhos (98,5%), sendo a quantidade de 4 a 6 filhos a mais evidenciada (42,5%). Verificou-se que a maioria destes possuia escolaridade média (36,5%) e superior (36%) e eram adeptos da religião católica (61,5%). A renda pessoal variou, majoritariamente, entre 1 e 4 salários mínimos (58,9%), enquanto a renda familiar variou entre 5 e 8 salários mínimos (45,5%). Os dados oriundos da escala WHOQOL-old possibilitaram uma análise da qualidade de vida dos idosos, sendo possível constatar um nível considerado médio entre os participantes, uma vez que os mesmos obtiveram uma média de escores de 3,23, considerando as possibilidades de respostas de 1 a 5. Os maiores escores concentraram-se nas facetas Atividades passadas, presentes e futuras (M=3,78) e Participação Social (M=3,68). A primeira investiga a satisfação dos idosos em relação as atividades anteriores e atuais desempenhadas por eles. Conclusão: Durante muito tempo, a velhice foi vista apenas como um período de declínio e perdas, contribuindo para a existência de estereótipos e preconceitos em relação a pessoa idosa. Diante do inegável aumento da longevidade populacional, surge a necessidade de se proporcionar aos idosos não apenas uma sobrevida maior, mas também com melhor qualidade. Neste sentido, a mensuração da qualidade de vida na velhice mostra-se de extrema relevância, possibilitando ao profissional atuante no contexto da gerontologia, uma maior compreensão acerca do construto e dos fatores que o compõem.