Nos últimos anos, o aumento da população idosa transpõe todas as outras faixas etárias. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de 60 anos ou mais de idade entre 2000 e 2010 obteve um crescimento relativo de 41%. Diante disso, a OMS tem como meta melhorar a qualidade de vida dessa população. Sendo assim, a análise do perfil epidemiológico de intoxicações por agrotóxicos e domissanitários em idosos é relevante, uma vez que se trata de uma população mais frágil, contribuindo na prevenção destes acidentes. Esse estudo foi baseado nos pacientes atendidos e notificados pelo Centro de Assistência Toxicológica de Campina Grande (Ceatox- CG). A partir dessa pesquisa constatou-se que houve uma prevalência de intoxicações por agrotóxicos em relação aos domissanitários. Além disso, observou-se que, no decorrer dos anos, não houve um decréscimo dos casos de agrotóxicos, porém as ocorrências em domissanitários foram reduzidas. Ao correlacionar o grupo causador com as circunstâncias, foi verificado que das intoxicações por domissanitários, 84,6% foram ocasionados por acidente individual, e 15,4% por tentativa de suicídio. Nesse último parâmetro, os agrotóxicos expressaram 54,1%. Outro aspecto estudado foi referente ao local de ocorrência, sendo constatado que 65,8% dos casos de agrotóxicos ocorreram na zona urbana, demonstrando que a problemática dos agrotóxicos transcende em muito o espaço rural. Com isso, percebe-se as consequências danosas destes agentes à saúde do idoso, levando em sua maioria a internações na unidade hospitalar, com prevalência das intoxicações por agrotóxicos. Tal fato acarreta elevados custos ao sistema de saúde, sendo necessário incorporar ações voltadas para prevenção destes acidentes.