INTRODUÇÃO: A úlcera por pressão (UPP) é definida como uma lesão na pele e/ou no tecido, bem como, em estrutura subjacente, comumente, sobre uma proeminência óssea, decorrente de vários fatores, intrínsecos e extrínsecos, como a idade avançada, comorbidades, estado nutricional, nível de consciência, condições de mobilidade, pressão, fricção, cisalhamento, umidade, dentre outros. Considerado um agravo à saúde, o qual pode causar dor, deformidades e tratamentos, a UPP apresenta alta prevalência em idosos, com taxas de 10% a 25% em instituições de longa permanência e 7% a 12% em idosos com cuidados domiciliares. Destaca-se que o diagnóstico das UPPs se dá por meio da inspeção da pele, desta forma, compreende-se que o próprio idoso pode realizar essa investigação à procura de possíveis sinais indicativos de úlcera, permitindo assim, a prevenção dos agravos oriundos desse mal à saúde. OBJETIVOS: Identificar se os idosos realizam a inspeção de pele, assim como, a frequência e quais os locais inspecionados. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, tipo inquérito domiciliar, realizado com 25 pessoas que apresentavam algum risco para UPP. Para a coleta dos dados utilizou-se a técnica de entrevista com o idoso e/ou o cuidador, além da observação direta não participante. Os dados foram duplamente digitados e validados em uma planilha do programa Microsoft Excel, sendo os cálculos estatísticos realizados no software SPSS, versão 20.0. A pesquisa foi aprovada pelo CEP do CCS/UFPB, segundo o Protocolo 124/11. RESULTADOS: Dos 25 idosos entrevistados, com risco para desenvolver UPP, 22 (88%) afirmaram realizar a inspeção de pele, enquanto 03(12%) disseram não o fazer. Em relação à frequência dessa inspeção, 14 (56%) a realizam diariamente, durante o banho; 05 (20%) diariamente, em momentos inespecíficos do dia e 03 (12%) pessoas idosas fazem a inspeção semanalmente. Quanto à região corporal em que a inspeção é realizada, 17 (68%) idosos citaram a região sacral, 16 (64%) a dorsal, 10 (40%) dos calcâneos, 5 (20%) a isquiática, 4 (16%) do cotovelo, 3 (12%) dos trocânteres, 3(12%) da crista ilíaca, 3 (12%) dos joelhos, 2 (8%) a occipital, 1 (4%) a maleolar e 7(28%) outros locais, como glúteo, mão, perna, axila e coxa. CONCLUSÃO: Constatou-se que a maioria dos idosos estudados pratica o autocuidado, através da inspeção diária da pele, permitindo assim, a detecção em estágio inicial da UPP, o que previne as complicações oriundas desse mal. Dessa forma, esse estudo corrobora a importância da realização do autocuidado como estratégia de prevenção de agravos, visto que o idoso passa a ser protagonista do seu processo de cuidado.