Introdução: O envelhecimento aumenta o risco de lesões, e o aspecto sistêmico mais importante como co-fator de risco para o surgimento destas é a própria idade gerando disfunções nos sistemas fisiológicos corporais. Dentre as lesões, as úlceras vasculares constituem um grande problema de saúde pública, destacando-se a Úlcera Venosa (UV) por representar 80% a 90% do total de úlceras de perna. Esta consiste em uma alteração do sistema venoso por incompetência valvar associada à obstrução de fluxo sanguíneo ou não. A UV surge por volta dos 60 anos, com predominância no sexo feminino causando impacto socioeconômico devido à recorrência e ao longo tempo de cicatrização. Objetivo: Identificar o perfil socioeconômico e clínico de uma idosa portadora de UV. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso, realizado com uma paciente no ambulatório da clínica cirúrgica de um hospital em Natal-RN, em maio de 2012, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, com número de protocolo 608/11 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 0038.0.294.000-11. A coleta dos dados aconteceu através de um formulário de entrevista e exame físico, construído com base no roteiro desenvolvido em tese de doutorado no nordeste brasileiro. Resultados: A paciente em estudo apresentou úlcera venosa em tratamento há 30 anos, com perfil socioeconômico caracterizado por idade avançada, sexo feminino, escolaridade e renda baixa interpretada como condição desfavorável para efetivação das ações, prolongando o tempo de UV e a cronicidade da lesão. Estudos revelam que a UV causa impacto bastante negativo na família por ser vista como uma fonte de gastos financeiros. Esse grupo de pacientes apresenta, ainda, desvalorização pessoal pela alteração tegumentar que passa a ter um distúrbio da autoimagem levando a um comprometimento da vida social e a implicações emocionais. Outro estudo comprova uma associação da UV com a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a obesidade semelhante a nossa investigação, que aponta para um perfil clínico associado à HAS e obesidade além de treze gestações e dez partos podendo ocasionar uma incidência maior de varizes, e história familiar de UV. O Índice Tornozelo-Braquial também foi avaliado neste estudo, resultando em 1,12 sendo classificado como fluxo sanguíneo arterial periférico normal, caracterizando a úlcera em questão como venosa. Conclusão: Nesse estudo, encontramos uma realidade socioeconômica, de fatores de risco e de fatores desencadeantes da UV típica da maioria dos pacientes acometidos por este tipo de lesão, as quais contribuem retardando a cicatrização da lesão. Avaliando a paciente compreende-se que há uma necessidade de assistência integral à saúde de pacientes nessas condições para controle das comorbidades e minimização dos fatores sociais para uma melhoria da qualidade de vida, podendo estes ocorrer através de intervenções diretas na prestação dos serviços de saúde, e de forma indireta na educação em saúde para o autocuidado.