O objetivo deste capítulo é analisar de que modo os imaginários tradicionais que associam o Brasil ao corpo feminino foram reafirmados na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, explicando de que modo tal ligação se deu historicamente. Dentro do contexto da economia criativa, aquilo que pretendemos evidenciar é como um momento que permitia uma construção indentitária inovadora acerca do país foi inviabilizada pelo retorno constante a determinado imaginário mitológico do Brasil. Da apresentação da terra verde brasileira, “pulmão do mundo”, ao desfile da modelo Gisele Bündchen, o que a abertura dos Jogos cristalizou mais uma vez foi a associação do país às suas mulheres para exportação, fazendo da geografia nacional um espaço selvagem, novo, não civilizado e pornotrópico para realização da inseminação e dos desejos dos países e dos homens do dito Centro Europeu.