Este trabalho pretende abordar algumas questões relativas à forma como o jornalismo constrói narrativas discursivas sobre os sujeitos LGBT’s de periferia. Isso parte não apenas da necessidade de pensar como as questões de gênero e sexualidade estão sendo debatidas pelo jornalismo, mas, principalmente, porque são essas narrativas que fazem com que o debate sobre homolesbotransfobia seja instaurado. Além disso, pressupõe-se que são, a partir delas, que são criadas políticas públicas de enfrentamento a esse tipo de violência. É nesse contexto que pretendo apresentar algumas discussões que estão sendo realizadas na minha pesquisa junto ao Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que tem como objeto de análise as narrativas jornalísticas dos principais veículos de comunicação de Belo Horizonte, nos anos de 2014 e 2015. Tenho como ponto inicial da pesquisa, a reflexão sobre a relevância que o jornalismo tem na hora de consolidar as identidades LGBTs, ao assumir o papel de educador quando transmite valores e símbolos de uma comunidade já estigmatizada. Além disso, a potência que a narrativa jornalística assume ao vocalizar as formas de visibilidade, apontando as violências em seus discursos e promovendo o respeito às diferenças, colaborando assim com uma agenda de direitos humanos e manifestações culturais LGBTs.