O presente trabalho visa analisar as construções de masculinidades e femilidades precárias nos romences de João Gilberto Noll, a saber, A fúria do corpo, Acenos e Afagos, A céu aberto, O quieto animal da esquina e Harmada. Compreende-se que as noções de masculinidades e feminilidades são projetos políticos, forjados discursivamente, a fim de melhor controlar os corpos, os desejos e as práticas sexuais dos sujeitos, dentro do pensamento hegemônico da cis -heteronormatividade. Nesse sentido, através de uma análise amparada pelos estudos queer, observa-se que na produção literária do escritor gaúcho João Gilberto Noll as normalizações de gêneros binários e corpos marcados apenas pelas noções de masculinidade e feminilidade são deslocados para produzir corpos que rasuram a inteligibilidade do gênero e da sexualidade heterocentrada.