Este artigo objetiva relatar a experiência de co-construção dos trabalhos desenvolvidos e as vivências
discentes no (co)Laboratório humano de estudos, pesquisa e extensão transdisciplinares em integralidade do
cuidado em saúde e nutrição, gêneros e sexualidade – LABTRANS, na UFRB, o qual faz parte do Diretório
de Grupos de Pesquisa do CNPq. O LABTrans/UFRB/CNPq nasceu num contexto de movimentos políticos
vivenciados pela líder do grupo, que em 2015, iniciou um processo de transgressão de gênero, passando a se
reconhecer e ser reconhecida com a identidade de mulher transgênera. Estes movimentos ganharam eco de
alguns discentes incomodados com a gritante desigualdade de gêneros na academia, na ciência e na
sociedade, marcada, sobretudo, pela invisibilização e marginalização das existências trans e travestis, bem
como com a visão essencialista de gênero e sexualidade que orienta a formação em saúde. O LABTrans,
então, se construiu com a perspectiva de pensar a integralidade do cuidado à saúde considerando as
dimensões de gêneros e sexualidades por um viés interseccional. Dentre as atividades desenvolvidas pelo
grupo, destacam-se a realização da atividade extensionista intitulada “Transcine: cinema, gêneros,
sexualidades e saúde”, cujo objetivo é proporcionar diálogos crítico-reflexivos sobre as questões de gênero e
sexualidades que perpassam a saúde, a partir da leitura cinematográfica. Outra atividade é o “Café
dissidente”, que possibilita a participação tanto da comunidade interna do CCS como a externa a qual tem
por objetivo criar espaços de conversas e debates, regados por um café, sobre assuntos e temas que reclamam
por dissidências no campo da Saúde e correlatos.