A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante, inflamatória e autoimune que acomete o sistema nervoso central (SNC). A etiologia da doença ainda é pouco conhecida, entretanto sabe-se que há fatores genéticos e ambientais envolvidos. Os principais sintomas são visão dupla, fraqueza muscular, mudanças nas emoções, tremor, espasticidade, fadiga e déficits no controle postural, sendo esses dois últimos sintomas um dos mais recorrentes atingindo em torno de 85% e 87% das pessoas com EM, respectivamente. Os déficits no controle postural ocorrem devido as lesões que podem estar presentes no sistema visual, vestibular e somatossensorial. A fadiga na EM acontece através de dois mecanismos principais, sendo o primário relacionado as citocinas inflamatórias e o secundário que envolve uma sobrecarga da doença, depressão e distúrbios do sono. Desta forma, o objetivo do estudo é verificar a influencia da fadiga muscular no controle postural em pessoas com EM. Para isso, foram recrutados dois adultos jovens com EM (29,00±8,48 anos e EDSS 1,50±0,70) e dois adultos jovens neurologicamente sadios (22±1,41 anos). Cada participante realizou duas tentativas de um minuto de fixação de um ponto posicionado a um metro de distância em posição bipodal antes e após fadiga muscular. Para indução à fadiga muscular, os participantes realizaram a tarefa de flexão plantar e dorsiflexão em um step, mantendo uma frequência de execução de 0,5Hz. A fadiga muscular foi determinada quando o participante não conseguia mais realizar o movimento ou não conseguia manter a frequência de execução. Para avaliação do controle postural foi utilizada uma plataforma de força com frequência de coleta de 200 Hz. As variáveis de interesse, deslocamento anteroposterior, área, velocidade anteroposterior e trajetória, foram comparadas através de ANOVA para medidas repetidas com fator grupo e fadiga (p