BARBOSA, Marcos Paulo Gomes. A exclusão da terceira idade das mídias digitais. Anais III CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/2953>. Acesso em: 22/11/2024 21:56
O Projeto Vida com Maturidade tem como objetivo fazer uma reflexão dos aspectos biopsicossociais do processo do envelhecimento, como também da aposentadoria. Tendo como público majoritário ex-servidores públicos, os quais estão atualmente aposentados, os raros domínios das tecnologias digitais por parte dessa classe de indivíduos, além da rara aquisição de telefones móveis próprios, dificultam a divulgação do nosso trabalho a essas pessoas. Em plena era das tecnologias, sente-se ainda uma imensurável resistência, ou até mesmo desinteresse, por parte dos cidadãos acima dos 50 anos em fazer uso dos recursos que a modernidade vem nos trazendo. De 206 recorrentes visitantes participantes das nossas atividades, apenas 50 usam e-mail e 90 possuem celular. Dessa forma, nossa publicidade é sempre feita predominantemente através das mais antigas formas: cartazes, panfletos e ligações para telefones residenciais. Invariavelmente, através dessa escassez de alternativas, deparamo-nos com uma média de apenas 30 indivíduos nos encontros mensais realizados, justamente por ser demasiadamente complicado conseguirmos efetuar com sucesso esse contato prévio apenas por telefones fixos ou panfletagem. Se uma maior parte do nosso público possuísse e-mail e tivesse o recorrente hábito de verificar, eventualmente, nossas mensagens, não seria tão necessária a cansativa ação de telefonarmos para mais de 200 números residenciais em poucos dias, até porque não raro as pessoas estão fora de suas casas, sem falar nos constantes números com defeito ou ocupados, prejudicando mais ainda nossa publicitação. O uso recorrente de celulares também facilitaria nosso serviço, afinal de contas, havendo eventuais falhas nas ligações, está disponível em todos os aparelhos o sistema de caixa de mensagens. Além disso, a tecnologia móvel é válida até mesmo pelo fato do dono do objeto estar quase sempre consigo próximo, ou seja, é mais fácil localizarmos a pessoa em qualquer local que ela esteja. Para contornar esses empecilhos, estamos fazendo pesquisas com nosso público, perguntando se eles teriam interesse em aprender a dominar as mídias sociais e as tecnologias inovadoras. Está na nossa meta, um futuro encontro cuja temática seja justamente a inclusão digital, para, dessa forma, “alfabetizarmos” nossa clientela e, após isso, finalmente focarmos no uso dos mais modernos e viáveis meios de atingir um maior número de pessoas com todas as praticidades consequentes da modernidade. Após analisar as dificuldades encontradas e refletir a respeito do assunto, conclui ser necessário inserir o idoso nos meios de comunicação urgentemente, afinal de contas, a informação deve ser democratizada, portanto, é de extrema relevância que todas as pessoas consigam acessá-la, coisa que vem sendo feita discriminatoriamente. A inclusão digital está acontecendo de maneira lenta e não consegue ser concomitante aos avanços tecnológicos, sendo assim, todos devemos sair da posição cômoda a qual nos compete e realizar um pequeno esforço com o intuito de compartilhar conhecimentos e conscientizar as pessoas à margem da modernidade, o quão importante e prática pode ser a utilização das facilidades digitais.