Noções e comportamentos ligados aos processos de saúde e de doença interagem com a cultura dos grupos sociais onde os mesmos fazem parte. O artigo visa refletir sobre a construção cultural das doenças e sua implicação nas práticas de profissionais que atuam na área de reabilitação. Para elaboração desse estudo, foi realizada uma síntese, mediante levantamento na literatura (na Biblioteca Virtual de Saúde e Portal Capes) de trabalhos que discutiam o modelo antropológico proposto por Kleinman destacando pontos de intercessões e intercâmbios entre e eles e a Terapia Ocupacional. Um conjunto limitado de conceitos é apresentado e ilustrado, abarcando a distinção fundamental entre doenças, enfermidade e os conceitos: deficiência e incapacidade, proposto pela Organização Mundial de Saúde. Argumenta-se que os sistemas médicos de atenção à saúde, assim como, as respostas dadas às doenças/deficiências e incapacidades, são sistemas culturais, que agem em conformidade com os grupos e realidades sociais que os produzem. A compreensão dessa relação se mostra essencial para a reformulação de novas práticas, implementação de políticas públicas mais eficientes e na formação dos profissionais da reabilitação.