Este estudo tem como objetivo relatar a experiência de membros do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na assistência a população idosa da Unidade de Saúde da Família (USF) José Aurino Filho, localizada no município de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Trata-se de um estudo de natureza descritiva, tipo relato de experiência das discentes, preceptora e tutoras que participam da linha de ação “Vigilância, prevenção e controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis” do PET-SAÚDE UFCG, no período de setembro de 2012 a março de 2013, realizado a partir de um levantamento das necessidades de saúde da população idosa daquela comunidade. No cotidiano do processo de trabalho dos profissionais daquela USF, observamos que existem grupos de educação em saúde dirigidos a diabéticos e hipertensos, contudo, apesar de existir aproximadamente 311 idosos cadastrados, as atividades direcionadas a essa população estavam direcionadas ao programa HIPERDIA, resultando em inexpressiva assistência desses profissionais para o idoso, além de priorização dos aspectos específicos dessas doenças. Nesse contexto, percebemos a necessidade de realizar atividades voltadas para a assistência à população idosa daquela área de abrangência, seguindo as diretrizes do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT no Brasil (2011-2022) e os princípios da pesquisa-ação. Com o auxilio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da referida USF, realizamos visitas domiciliares a população idosa cadastrada na área com a finalidade de conhecer o perfil dos idosos para planejar as atividades de ensino, pesquisa e extensão. No contexto dessas atividades, que os idosos procuravam a USF não somente para a realização de um atendimento específico, mas para conversar com os outros usuários e funcionários da ESF. Muitos se queixavam com frequência da ausência de lazer na comunidade. Durante as visitas domiciliares percebemos que os idosos se queixavam da sua saúde, e que esse era o motivo que os impossibilitava de executar algumas atividades. Ouvimos relatos de que a velhice é um período repleto de limitações, uma fase marcada por perdas entre essas perdas está à saúde, a jovialidade, familiares etc. Outras idosas além de relatarem sobre o que é ser idoso, afirmaram sobre a necessidade do grupo de idoso, que já existiu naquela ESF e como se sentiam bem, as atividades que realizaram e o mais importante era que não se sentiam sozinhas e eram úteis para a comunidade. Todas as situações vivenciadas despertaram o grupo para a necessidade de desenvolver estratégias que contemplassem o bem-estar, interações sociais, elevação da autoestima, além do sentimento de respeito e valorização do idoso. A partir dessas reflexões, foi realizada uma roda de conversa com os idosos cadastrados, sendo decidido juntamente com eles que retomaríamos formação do grupo de idosos daquela comunidade, e acordado quais questões serão abordadas e quais atividades serão realizadas com o grupo. Após a realização dessas atividades pôde-se perceber que os grupos de idosos são meios de promoção de um envelhecimento saudável e interação social, onde estes proporcionam um auto reconhecimento como seres ativos na sociedade.