As plantas se defendem da herbivoria por meio de espinhos, acúleos, paredes celulares lignificadas ou silicosas, interações com animais e substâncias químicas. Estas podem ser repelentes, impalatáveis, pinicantes ou tóxicas. Dentre elas podemos destacar os glicosídeos cianogênicos, que por meio de reações de hidrólise podem liberar ácido cianídrico. A cianogênese tem sido detectada em diversas espécies de plantas, em bactérias, fungos, liquens, pteridófitas, gimnosperma e angiosperma. No Brasil estudos enfocando a cianogênese em pteridófitas são raros, especialmente em interações com insetos. O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência das galhas na cianogênese de Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel.As galhas nessa samambaia são induzidas por um mosquito Primadiplosis microgrammae (Maia, 2011) (Diptera) e por um microlepidóptero Tortrimosaica polypodivora (Brown, Baixeras, 2004) (Lepidoptera).Os indutores das galhas promovem alterações espécie-específico na composição química do tecido galhado, quanto à cianogênese, há uma preferência do microlepidóptero por caules de Microgramma vacciniifolia não cianogênico, o que não foi observado para o mosquito. Os resultados obtidos sugerem que a cianogênese pode interferir na seleção dos insetos para a sua oviposição.