O setor sucroalcooleiro apresenta grande relevância na economia brasileira sendo que o país ocupa um lugar de destaque mundial na produção do etanol, que é o bio-combustível mais comercializado no Brasil. Neste contexto, há uma evolução nas pesquisas de etanol de segunda geração, utilizando materiais lignocelulósicos como fonte de energia, o que tem gerado pesquisas sobre melhoramento genético de algumas espécies de cana de açúcar, incluindo desenvolvimento de tecnologias, para a maior acumulação de fibras por parte da planta, aumentando o seu potencial energético, devido à maior produção de biomassa e melhor adaptação a condições ambientais adversas. Após o processo de colheita e processamento primário da cana de açúcar ou da cana energia (germoplasma básico), alguns resíduos, como palha e bagaço, são gerados e uma das maneiras para aproveitamento destes é a termodegradação através da pirólise, gerando bio-óleo, gases e biochar. Este aproveitamento inclui não só a redução dos resíduos, mas a indicação de um uso nobre para os produtos da pirólise, em especial o bio-óleo. Neste trabalho, foi realizada a pirólise da espécie 27 (Saccharum sp. Variedade Comercial) com o objetivo de verificar a possibilidade do seu uso integrado na geração de energia. O bio-óleo foi analisado através da cromatografia monodimensional acoplada ao espectrofotômetro de massas (GC/MS), permitindo a identificação e quantificação de seus constituintes majoritários. Entre estes destacaram-se os hidrocarbonetos (potencialmente indicados para biocombustíveis) e os fenóis (potencialmente indicados para a indústria de polímeros e fármacos).