Assuntos relacionados à questão de gênero têm sido bastante discutidos, principalmente em movimentos sociais, nos quais se tem desconstruído a palavra gênero, de modo positivo, a colaborar com a desmistificação de que determinadas atividades ou são coisas de mulher ou são coisas de homem, uma vez que este pensamento é construído socialmente considerando-se apenas o sexo do indivíduo (SCOTT, 1995). No entanto, tais questões ainda são pouco trabalhadas em sala de aula, principalmente nas séries iniciais, onde, segundo o artigo 27 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996), o conteúdo curricular das escolas deveria contemplar “a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e a ordem democrática”, logo, deveriam estar incluídas, nessa diretriz, discussões relacionadas às questões de gênero, pois estas corroboram para a prática do respeito e da desconstrução de preconceitos formados por meio de estereótipos associados a gênero. Partindo dessa problemática surgiu o interesse em buscar e analisar obras que contribuam para um debate mais direcionado a respeito desse assunto, enfatizando o feminismo no âmbito escolar. Para esta discussão, será utilizada a coleção infantil “Antiprincesas”, recém publicada, voltada tanto a meninas quanto a meninos, que traz em seu enredo protagonistas femininas de grande destaque na história, como Frida Khalo e Violeta Parra, com o objetivo de verificar como esta aborda o feminismo e como pode servir de apoio para além do material didático de modo a contribuir para a formação do indivíduo.