desde os primórdios da humanidade a instituição do casamento se apresenta como um mecanismo de dominação do homem sobre a mulher. A elas, ainda hoje, embora em menores proporções, é reservado o espaço do lar e os afazeres relativos a tal ambiente; eles tinham/têm um mundo todo para desbravar, já que isso lhes é permitido, socialmente falando. Ao longo dos anos as mulheres veem no casamento a possibilidade da realização pessoal, da felicidade e, devido a isso e a tantos outros fatores, sentem necessidade de ter um companheiro, principalmente devido às exigências da sociedade e ao medo da solidão. Pensando nessa disposição dos fatos, muitas escritoras contemporâneas – assim como Augusta Faro – representam essa imposição de formas diversificadas ao longo dos seus escritos, de modo que nos incentiva a ter o ímpeto de analisar e questionar os moldes dessa entidade, ultrapassando seus limites e compreendendo o que há por trás dela. Visamos, assim, constatar como se dão as relações de poder dentro do casamento no campo literário, quando construído por mulheres escritoras, interpretando o referido conto através dos estudos feministas. Ponderaremos, portanto, a respeito do que se entende por casamento dentro das sociedades patriarcais e o que pressupõe modelos de relacionamentos pensados a partir do padrão heterossexual. Dando prosseguimento, proporemos uma discussão acerca do tema em questão, direcionada ao ensino médio – dentro do trabalho com gêneros literários –, suscitando questionamentos, pontos de vista comuns e divergentes, bem como relatos de vivências que permeiam as experiências do alunado.