O aumento da taxa de envelhecimento da população traz consigo uma maior prevalência de comorbidades e doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Nesse sentido, a terapia medicamentosa adquire importância, sobretudo devido às modificações fisiológicas consequentes do envelhecimento e ao uso concomitante de vários medicamentos, podendo trazer consequências negativas como reações adversas e interações medicamentosas. Diante deste contexto, objetivou-se analisar o perfil dos idosos assistidos pelo programa HIPERDIA de Campina Grande-PB, as principais classes terapêuticas utilizadas, bem como identificar os principais aspectos relacionados a esse uso. Foi realizado um estudo do tipo transversal, de natureza exploratória e descritiva, com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por 86 idosos, portadores de Hipertensão e/ou Diabetes, sendo a pesquisa realizada entre os meses de agosto e dezembro do ano de 2012 e os dados coletados a partir dos arquivos das fichas de acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes. Os medicamentos estudados foram agrupados e classificados conforme o Anatomical-Therapeutical-Chemical Classification System (ATC). Entre os idosos estudados 69,7% (n=60) eram do gênero feminino e possuíam idade média de 69.7 ± 6,4, já a média etária entre os homens foi 74.4 ± 10,0. Foi verificado que 51,2% (n= 44) eram somente hipertensos; 2,30% (n=2) eram apenas diabéticos e 46,5% (n=40) apresentavam as duas patologias. Quanto aos grupos terapêuticos, 24,8% foi composta por agentes com ação no sistema renina-angiotensina (C09), 18,2% Diuréticos (C03) e 15,6% antidiabéticos (A10). Dentre os subgrupos terapêuticos, tiveram uma maior prevalência os Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina II – IECA (C09A) com 13,2% e as biguanidas (A10BA) com 7,6%. O consumo médio de medicamentos foi de 3,6 ± 1,6, sendo a prevalência de polifarmácia de 27,9% (n=24). O elevado percentual de polifarmácia é algo relevante, uma vez que favorece o aparecimento de interações medicamentosas e, assim, pode prejudicar a qualidade da terapia medicamentosa. Diante dessa perspectiva, a iniciativa de profissionais de saúde como médicos e farmacêuticos buscando o melhoramento de esquemas terapêuticos e o uso racional de medicamentos pode contribuir para reduzir tais problemas e, desta forma, melhorar a qualidade de vida do idoso.