O presente texto é resultado de um estudo qualitativo que teve como objetivo conhecer as concepções das professoras a respeito do trabalho com Projeto na Educação Infantil, problematizando os dados a partir do que foi observado durante o Estágio Supervisionado em Educação Infantil/ EDU 512 do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana/UEFS. Aqui, o trabalho com Projetos é entendido como uma forma de organização do trabalho pedagógico na escola que possibilita o rompimento com a concepção tradicional de educação. Na Educação Infantil, permite que as crianças argumentem, pesquisem e sejam sujeitos ativos no processo de aprendizagem. Como suporte teórico, utilizamos os estudos de Barbosa e Horn (1999, 2008); Brasil (1998), Cruz e Menezes (2007); Hernandez e Ventura (1998). Como instrumento de produção de dados foi utilizado um questionário escrito, que foi respondido pelas professoras, regente e auxiliar, da turma do grupo quatro de uma escola pública do município de Feira de Santana/Bahia. A primeira pergunta do questionário refere-se à concepção que possuem acerca do que é o trabalho com Projetos na Educação Infantil. A segunda diz respeito ao que representa trabalhar com Projetos na Educação Infantil. Na terceira as participantes foram questionadas a respeito de como é feita a escolha dos temas dos Projetos. E a quarta pergunta diz respeito ao desenvolvimento do trabalho com Projetos. Utilizamos ainda a observação do cotidiano da sala de aula, durante a aplicação dos projetos. A respeito dos resultados, ambas as professoras concebem o trabalho com Projetos como uma forma de organização do trabalho pedagógico, com a participação das crianças. Sendo assim o planejamento não é apenas do professor, mas do aluno também. Contudo, ao contrário do que afirmam as concepções, observamos que o projeto é previamente organizado: as etapas, as atividades, os objetivos. As crianças participam apenas fazendo as atividades propostas. As problemáticas que surgem durante as atividades não se tornam motivo para repensar as próximas etapas e atividades. Observamos que os Projetos, na contramão do que defendem as professoras, não representam uma possibilidade de instigar a curiosidade e o desejo de aprendizagem nas crianças. A respeito da escolha dos temas, verificamos que não há a participação efetiva das crianças, pois, como revela a fala da professora regente, são escolhidos com base em documentos legais e nos objetivos propostos para a idade. As etapas do projeto são definidas no planejamento, contudo questões como “o que desejamos saber”, que é capaz de modificar os rumos das atividades, não são retomadas durante o Projeto. Esses resultados apontam dissonâncias entre as concepções das professoras e o que foi observado na prática.