O presente trabalho pretende suscitar uma discussão teórica sobre as implicações da avaliação externa no currículo e no trabalho docente, a partir das formas de gestão gerencial que são transplantados à escola. A disseminação de uma cultura de avaliação aliada com a melhoria do desempenho dos profissionais da educação e a qualidade da educação evidencia que este instrumento têm servido como ferramenta de gestão das políticas educacionais e por extensão, uma nova forma de regulação. Nessa lógica, a competência do professor passa a ser avaliada com base nos resultados das provas e testes externos, de natureza predominantemente cognitiva, um sua maioria, com ênfase na área da linguagem e matemática, que os alunos realizam. Para tanto, aborda a questão da reforma do Estado, a cultura da performatividade, avaliação e responsabilização pelos resultados, como estratégia de regulação do currículo e da autonomia do professor diante de sua tarefa educativa. Essa tendência representa uma espécie de revisitação ao modelo taylorista de organização do trabalho, embebecidos de expressões modernas para que os professores sejam vistos e reconhecidos como “técnicos” eficientes e eficazes na transmissão dos conhecimentos aos alunos. Conclui-se que as avaliações externas e/ou em larga escala que integram o sistema nacional da educação básica influenciam fortemente para o estreitamento curricular e a despolitização da ação intrínseca do professor, ameaçando alterar a sua percepção diante do processo formativo ao passar a se mobilizar em torno da busca de resultados, o que representa um incalculável retrocesso diante da formação humana na perspectiva integral.