Na condição de alunos do curso de licenciatura em Pedagogia e motivados a ingressar no curso fazendo a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, realizamos uma pesquisa de campo em cinco turmas de cinco escolas da cidade de Breves no Marajó, estado do Pará, com o objetivo de identificar como vem se dando a relação professor-aluno nas turmas dos primeiros anos do ensino fundamental. Nesse sentido, o presente trabalho trata-se de um relato de pesquisa realizada por meio de observação em salas de aulas, tendo como foco a relação professor-aluno. O objetivo da pesquisa foi identificar como os professores se relacionavam com os seus alunos em suas práticas pedagógicas, tendo em vista essa relação ser imprescindível para o processo de ensino e a aprendizagem. Analisamos a partir das observações que a sala de aula não pode transformar-se em um lugar de monólogo, mas de polifonias, onde todas as vozes sejam escutadas e respeitadas. Ao ouvir os alunos, não significa que este professor está deixando de cumprir com o seu papel, na verdade, está oportunizando o crescimento daqueles com os quais tem responsabilidades em introduzi-los na dinâmica social da vida, deixando-o livre para a criatividade, o que só a terá se sentir-se à vontade em seu ambiente. Um dos meios para se chegar a essa relação de confiança entre professor e alunos é a afetividade, pois ela é imprescindível continuamente na vida da criança, independentemente de sua origem, gênero ou classe social. Porém, pelo que se observou nesta pesquisa é que os professores ainda são muito resistentes a essa aproximação com os alunos, numa tentativa de manterem-se neutros diante do que acontecia na sala de aula: agressividade verbal e física, desinteresses para com as atividades, desrespeito ao próprio trabalho do professor - visto que a escola ainda é fortemente influenciada por métodos da escola tradicional que, com frequência desvalorizam a importância da vivência na formação do aluno. Os resultados da pesquisa indicaram que, essa relação ainda encontra-se na maioria das vezes na verticalidade, sendo o professor aquele que conduz a educação num processo em que não há participação ativa dos alunos, cabendo a eles, apenas assistir as aulas e reproduzir as atividades didáticas e apenas uma pequena minoria participa por meio de perguntas ou mesmo realizando as atividades com ajuda dos colegas e por vezes do professor.