O envelhecimento caracteriza-se como um processo dinâmico e progressivo, permeado por modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Elas podem determinar a perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, levando-o a uma maior vulnerabilidade e incidência de processos patológicos. O processo de envelhecimento humano, com o aumento da prevalência das doenças crônico-degenerativas pode, muitas vezes, trazer limitações à qualidade de vida dos idosos e contribuir para a institucionalização ou até mesmo o abandono. A Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) é um espaço coletivo, que atende tanto idosos independentes em situação de carência de renda e/ou de família, quanto aqueles com dificuldades para o desempenho das atividades diárias, que necessitem de cuidados prolongados. O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência vivenciada na prestação do cuidado de enfermagem ao idoso institucionalizado. Trata-se de um relato de experiência de natureza descritivo-qualitativa, baseado em experiência profissional de enfermagem no cuidado ao idoso institucionalizado residente em uma ILPI situada em Natal, Rio Grande do Norte, no período de novembro de 2007 a outubro de 2016. No transcorrer da vivência na instituição, observou-se na rotina laboral da equipe de enfermagem, como se dá a prestação do cuidado e a organização dos processos de trabalho. Foi verificado que os profissionais de nível médio/técnico estavam atribuídos às ações simples e, ao enfermeiro, estavam atribuídos os cuidados de maior complexidade técnica e que exigem maior conhecimento científico, além das funções gerenciais. Identificou-se que a equipe de enfermagem enfrenta, comumente, muitas dificuldades na realização de seu trabalho. A ILPI convive com a escassez de funcionários para a realização adequada da assistência e tal situação é gênese de sofrimento no trabalho em enfermagem, pois, implica em sobrecarga e desgaste físico, o que pode conferir prejuízo à qualidade da assistência, além disso, essa sobrecarga, muitas vezes, reflete sobre a saúde dos trabalhadores traduzindo-se nas doenças ocupacionais. Destarte, conclui-se que a realidade atual das Instituições de Longa Permanência para Idosos ainda está muito aquém do ideal, o que requer dos órgãos responsáveis pela fiscalização do exercício da enfermagem e dos específicos à pessoa idosa um engajamento maior nesta temática. Torna-se necessária a implantação de medidas concretas de saúde pública que direcionem para soluções inovadoras no campo da saúde do idoso em situação de institucionalização e que busquem a melhoria da qualidade de vida dos mesmos.