Introdução: As quedas constituem um importante fator relacionado à diminuição na qualidade de vida dos idosos. Este estudo de cunho quantitativo e descritivo teve por objetivo caracterizar os pacientes e avaliar os fatores de risco para a queda em idosos atendidos em uma unidade básica de saúde (UBS) no município de Maringá, Paraná. A amostra foi composta por 70 pessoas atendidos na UBS na faixa etária de 60 a 96 anos de idade. Metodologia: Os dados foram coletados mediante aplicação de um questionário contendo perguntas relacionadas às quedas, local e atendimento no pós-queda. Por amostragem aleatória foram selecionados 30 (42,8%) homens e 40 (57,2%) mulheres. A avaliação da ocorrência de quedas revelou que 31,4% dos entrevistados não apresentaram quedas nos últimos meses; porém, ao entender-se o período acima de 12 meses, observou-se que 55,7% dos idosos relataram ter sofrido quedas. O número de quedas relatadas nos últimos meses foi 1-2 para 12,3% da população; e, de 2-5 em 3,5% dos entrevistados. Em nossa pesquisa, observamos que a faixa etária média dos entrevistados foi de 61-70 anos de idade, correspondendo a 38,1% da amostra estudada. Em relação ao local da queda, observamos que 32 (67,7%) relataram que ela ocorreu em casa; 11 (22,9%) na rua, próxima à residência; e, 5 (10,4%) em local distante. Dos motivos da queda, 21 (43,8%) relataram que foi devido ao desequilíbrio; 12 (25%) em função da calçada irregular; 8 (16,7%) por degrau ou rampa; 4 (8,3%) por piso molhado; e, 2 (4,2%) pela presença de tapetes. Quanto à atividade no momento da queda, 9 (18,8%) referiram ter caído durante o deslocamento (caminhando); 24 (29,2%) no trabalho doméstico; 9 (18,8%) durante o banho ou higiene pessoal; 6 (12,5%) na escada e 22 (31,4%) por outros motivos. Quanto ao auxílio e atendimento médico recebido no pós-queda, observou-se que 21 (43,7%) levantaram-se sozinhos; 9 (18,4%) necessitaram de ajuda e 7 (4,3%) receberam atendimento médico, e 6 (12,2%) pacientes que tiveram atendimento no local, necessitaram encaminhamento ao hospital. Quanto às conseqüências (lesões) pós-quedas, 18 (20%) relataram não apresentar nenhuma consequência grave, enquanto 14 (15,6%) apresentaram fraturas com necessidade de cirurgia; 14 (15,6%) referiram fraturas sem necessidade de intervenção cirúrgica, e 21 (23,3%) apresentaram escoriações, cortes e hematomas. Dos entrevistados, 43 (48,9%) referiram ter medo de cair; 23 (36,0%) mudaram suas atividades; três (3,4%) necessitaram ajuda para executar suas atividades. Foi observado que 82,8% dos pacientes apresentavam problemas visuais: presbiopia (42,8%), astigmatismo (45,7%) e miopia (30%), aumentando assim o risco para quedas. Conclusões: A caracterização, a identificação das causas e os fatores de risco relacionados às quedas tornam-se um importante subsídio para a progressão de medidas de controle desta problemática. Dessa forma, é necessário que as políticas públicas em saúde e os profissionais de saúde atuem de forma conjunta, oferecendo aos idosos uma assistência à saúde que priorize aspectos da promoção do envelhecimento saudável e com significativa capacidade funcional, para, assim, proporcionar meios que previnam a ocorrência de quedas.