Introdução. O cenário acelerado do envelhecimento e da longevidade da população humana tem-se apresentado mundialmente, exigindo maior diálogo entre as ciências e das políticas públicas sobre os problemas e as ações, atuais e futuras, voltadas à promoção e a manutenção da autonomia e da independência de pessoas com 60 anos e mais. No Brasil esse cenário é bem desafiante, pois se reveste de múltiplas e variadas necessidades, expressadas em algumas reivindicações e demandas, em meio à precariedade das condições de vida da maioria dessa categoria populacional. Problema. Para o Ministério da Saúde brasileiro a Política de Atenção Básica (AB) distingue-se por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo. Esta instituída como a principal porta de entrada aos serviços de saúde, com uma proposta de desenvolvimento de ações interdisciplinares por uma equipe multiprofissional. Inclusive, voltadas a promoção da autonomia e da independência de pessoas idosas. Se aceita que as “representações sociais” constituem fenômenos que dispõem sobre a forma de conhecimentos, socialmente elaboradas e partilhadas, que favorecem a construção de uma realidade comum a um conjunto social. O objetivo do estudo é analisar na perspectiva teórica das representações sociais (Análise de Conteúdo do Bardin), as comunicações sobre o que pensam e como agem pessoas idosas acerca da Atenção à Saúde do Idoso, na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Metodologia. O estudo foi desenvolvido com idosos residentes de zona urbana e de áreas de assentamentos rurais da cidade sertaneja Petrolina/PE. Os instrumentos de coleta de informações foram Entrevista em profundidade semiestruturada e quatro Grupos focais. Estes GF, constituídos por 31 idosos já entrevistados individualmente, que por sua vez foram escolhidos pela técnica “bola de neve” alcançado o “ponto de saturação” em 57 entrevistados. Resultados apontam para o sentido que algumas representações sociais de idosos sobre as ações dos profissionais da ESF se contrapõem a aspectos do que preconiza as políticas públicas de AB para o idoso. As representatividades se apresentam estranhas ao convívio social do idoso urbano e rural, sendo um local social procurado na ocasião da eminência da doença. Lugar representativo do atendimento crítico e dificultoso, dos exames demorados, entre muitos outros. Conclusões. As representações sociais constituiu-se instrumento teórico-metodológico importante para o conhecimento que permeia o senso comum, da forma como sujeitos sociais remodelam os cenários para o alcance de suas demandas. Esse conhecimento poderá subsidiar discussões no campo das políticas de AB para melhor atender a demandas de atores sociais idosos.