Com 26 anos de história, a Cunhã Coletivo Feminista nasceu como desdobramento de grupos feministas anteriores e se projeta como uma das principais instituições formadoras da visão de gênero para outras organizações e movimentos na Paraíba. Dentre esses movimentos, o de mulheres trabalhadoras rurais do Brejo e mais recentemente, o de mulheres rurais do cariri ocidental. Nesse sentido, visamos apontar traços da trajetória de atuação do coletivo nesse território entre os anos de 2002 e 2016. Trabalho que se inicia junto ao Projeto Dom Helder Câmara e que se consolida com apoio de organizações nacionais e internacionais como a Petrobrás e a Concern Universal. Nosso objetivo é marcar pelo olhar da História o protagonismo da Cunhã no cariri, apontando sua contribuição para o empoderamento, autonomia e auto-organização das mulheres que distribuídas em diferentes cadeias produtivas, passaram a ocupar o cenário público seja incidindo sob as políticas públicas ou mostrando o valor dos seus trabalhos e de sua cultura. Faremos uso de textos, cartilhas, entrevistas, vídeos, projetos e fotos, que em conexão aos diálogos travados com Oliveira (2006), Paulilo (2004) e outros/as, permitiram fiar apontamentos dessa história que tomará mais fôlego quando da conclusão de minha dissertação de mestrado, ora em andamento. Dessa forma, esperamos contribuir com a história e memória do coletivo ao mesmo tempo que traçamos uma história do protagonismo feminino no cariri e do movimento feminista no Estado, elencando suas relações e a elaboração de estratégias de convívio com o semiárido e com o machismo, na tentativa de erradicá-lo.